Hotmail acaba no Verão

Utilizadores terão de usar o novo Outlook.com, mas podem manter endereço e todas as configurações que tinham.

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A caixa de correio do Outlook.com D.R.

Está na altura de abandonar o Hotmail, um dos mais antigos e conhecidos serviços de email na Web. A Microsoft decidiu que até ao Verão todos os utilizadores terão de mudar – ou serão mudados – para o Outlook.com.

Em Agosto, a Microsoft lançou uma versão experimental do serviço Outlook.com, que tem uma interface radicalmente diferente do Hotmail e um aspecto em linha com o dos produtos que a empresa tem criado recentemente, como o Windows 8 e o Windows Phone.

Ao mudar para o Outlook.com, os utilizadores não terão de abdicar do seu endereço “hotmail.com”, ressalvou a Microsoft, num texto publicado nesta segunda-feira. As definições, pastas, palavra-passe, mensagens antigas também permanecerão inalteradas.

O novo serviço faz parte da estratégia da Microsoft de oferecer ferramentas de produtividade online. O Outlook.com – cujo nome vem do histórico programa de email da Microsoft que faz parte do Office – pode ser usado para receber e enviar emails de outros serviços, incluindo do concorrente Gmail.

O texto da Microsoft assinalava com entusiasmo que 60 milhões de pessoas usam activamente o Outlook.com – ainda assim um número muito mais reduzido do que as que ainda devem ser utilizadoras do Hotmail. Em Julho de 2011, na altura do 15.º aniversário deste serviço, a empresa revelou que o Hotmail era usado por 350 milhões de pessoas (não foram divulgados dados desde então).

No ano passado, o Google afirmou ter 425 milhões de utilizadores no Gmail, o que o tornaria o líder. A analista Comscore atribui a ambos os serviços um pouco menos de 300 milhões de visitantes únicos (o que não é sinónimo de utilizadores, já que é possível usar os serviços noutras ferramentas que não o site), com os números mais recentes a darem uma pequena vantagem ao Gmail sobre o produto da Microsoft.

Num ataque ao serviço do Google, que exibe publicidade com base no conteúdo dos emails trocados, a Microsoft escreveu no texto que “várias pessoas expressaram contentamento pelo facto de o Outlook.com substituir publicidade pelas actualizações mais recentes do Facebook e do Twitter quando elas estão a ler emails de um dos seus contactos”.

Recentemente, a Microsoft já lançara um site que criticava as políticas de privacidade do Google e o facto de o conteúdo das mensagens dos utilizadores ser analisado para a exibição de anúncios.

Criado em 1996 e comprado pela Microsoft no ano seguinte, o Hotmail tem sido encarado nos últimos anos, particularmente pelos mais entusiastas da tecnologia, como uma espécie de relíquia (o Gmail foi lançado em 2004, então com uma espantosa capacidade de armazenamento de 1Gb). Agora que o serviço está a chegar ao fim, alguns artigos têm dado conta da sensação que os utilizadores de Hotmail tinham de que estavam desactualizados e da pressão social que sentiam para mudar de serviço. Um texto num blogue do britânico The Guardian tem como título: “Hotmail: porque vivi em vergonha durante 15 anos.”
 
 

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