A adesão dos franceses às ideias da Frente Nacional (FN), partido de extrema-direita liderado por Marine Le Pen, está ao seu mais alto nível (32%) e a sua imagem registou melhorias, sobretudo junto dos simpatizantes da UMP (direita), revela o barómetro anual da TNS-Sofres, publicado pelo Le Monde.

Segundo esta sondagem, Le Pen não chegaria ao poder se as eleições se realizassem nos tempos mais próximos : uma maioria de 67% de franceses diz que não tenciona votar “no futuro” na extrema-direita e rejeita as suas soluções.

Ou seja, 32% dos franceses dizem estar “completamente” (6%) ou “bastante” (26%) de acordo com as ideias da Frente Nacional, um aumento de um ponto em relação ao ano passado. Do outro lado da balança, 63% dos franceses discordam com a ideologia da FN – 26% “muito” e 37% “completamente”.

No histórico de barómetros semelhantes, uma adesão de 32% às ideias da FN só tinha sido atingida em Outubro de 1991. Em 2002 era de 28% e deu um salto de 14 pontos depois de 2010.

O partido de extrema-direita de Marine Le Pen, que tem um discurso xenófobo, anti-europeu e anti-islão, “não representa um perigo para a democracia” para 47% dos inquiridos. E 35% consideram que a FN “é um partido que tem a capacidade de participar num Governo” (um aumento de dez pontos em dois anos, no registo dos barómetros TNS-Sofres).

Para concluir, o título do Le Monde resume estes números com uma ideia : “A Frente Nacional banaliza-se aos olhos dos franceses”. Mas Emmanuel Rivière, director do departamento de Opinião no instituto TNS-Sofres diz à AFP que os números mostram o contrário. Um clara maioria dos franceses (81%) não adere às “soluções” que Marine Le Pen propõe, mesmo que 35% concordem com as suas “constatações”. Apenas 12% aderem “às constatações” e “às soluções”.