Efromovich classifica notícia do PÚBLICO como “fofoca”

Depois de ter dito ao PÚBLICO que não conhecia José Dirceu, Efromovich veio agora admitir à TVI que teve “um único contacto com ele”.

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A privatização da TAP vai a Conselho de Ministros na quinta-feira Nelson Garrido

O empresário Germán Efromovich disse na noite desta terça-feira, em entrevista à TVI, que se “ri” das notícias que estabelecem uma relação entre ele, José Dirceu e Miguel Relvas no processo de privatização da TAP, que considera “infantis” e uma “fofoca”. O empresário comentavaassimo trabalho do PÚBLICO, publicado segunda-feira com o título “Grupo de José Dirceu promoveu entrada de Efromovich na TAP”.

Segundo a notícia do PÚBLICO, os primeiros contactos para vender a TAP a Efromovich foram desencadeados há mais de um ano, em Setembro e Outubro de 2011, quando o ministro Miguel Relvas recebeu o empresário sul-americano, a pedido deste último.

Os contactos confirmados por Relvas destinaram-se a abordar o investimento na transportadora aérea portuguesa. Semanas depois, em Novembro de 2011, Luiz Eduardo Oliveira e Silva – irmão e sócio do protagonista do caso MensalãoJosé Dirceu, condenado a dez anos de prisão–, veio a Lisboa promover reuniões para preparar a entrada de Efromovich na TAP.  Desconhece-se, todavia, a pedido de quem foram realizados os contactos que envolveram Luiz Eduardo e as autoridades financeiras e políticas portuguesas.

Depois de ter dito ao PÚBLICO que não conhecia Dirceu, nem o irmãoLuiz Eduardo Oliveira e Silva, e que nunca tinha tido quaisquer contactos com eles, Efromovich veio agora, em declarações à TVI, contar uma versão diferente. “Praticamente não conheço José Dirceu. Tive um único contacto [com ele] numa cerimónia oficial, nem sabia que ele tinha irmão.”

Para o empresário, que nasceu em 1950 na Bolívia, e tem mais três nacionalidades (colombiana, brasileira e polaca), “o jornal [PÚBLICO] que divulgou isso não tem ideia do que está falando, Germán Efromovich não precisa de intermediários para vender o seu peixe e fazer os seus negócios. Fiz várias viagens por Portugal, mostrei o meu interesse pela companhia.”

Efromovich afirmou: “Tivemos reuniões com vários ministros, o nosso interesse pela TAP não vem de agora. Há três anos [governo de Sócrates] procurámos o Governo português, estive com Teixeira dos Santos e com António Mendonça, manifestando o nosso interesse.” Movimentações que terão continuado com o novo Governo, pois, revelou, reuniu-se com Carlos Moedas, Paulo Portas, com o próprio Pedro Passos Coelho (numa breve conversa) e com Álvaro Santos Pereira.

“Faz parte da responsabilidade de um ministro falar com um empresário que está interessado em investir num país”, disse. Mas ao contrário dos encontros que veio agora admitir ter mantido com Miguel Relvas (que não possui a tutela das privatizações, nem da TAP), as reuniões com o primeiro-ministro, com o Secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, com o ministro dos Negócios Estrangeiros e com o ministro da Economia foram conhecidas e tiveram carácter oficial. E decorreram muitos meses depois (nalguns casos mais de um ano depois) dos contactos que estabeleceu com Relvas.

Moedas tem o pelouro das privatizações e Santos Pereira o dos transportes (TAP). O encontro com Passos Coelho decorreu em Maio durante a visita oficial do primeiro-ministro português à Colômbia.

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