Egipto acredita que trégua em Gaza será anunciada hoje

Bombeiros palestinianos apagam chamas no Banco Nacional Islâmico, atingido por Israel
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Bombeiros palestinianos apagam chamas no Banco Nacional Islâmico, atingido por Israel Majdi Fathi/AFP
Efeitos do ataque nocturno junto à instituição bancária
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Efeitos do ataque nocturno junto à instituição bancária MAHMUD HAMS/AFP
Efeitos da acção militar israelita que feriu sete pessoas
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Efeitos da acção militar israelita que feriu sete pessoas MAHMUD HAMS/AFP
Famílias palestinianas retiradas das casas, esta terça-de manhã
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Famílias palestinianas retiradas das casas, esta terça-de manhã MAHMUD HAMS/AFP

O Presidente egípcio, Mohamed Morsi, disse acreditar que uma trégua entre Israel e as forças do Hamas será anunciada ainda hoje. Declarações feitas num momento de intensa actividade diplomática, mas que foram antecedidas pela queda de dois “rockets” em Jerusalém.

“A farsa da agressão israelita contra a Faixa de Gaza vai acabar nesta terça-feira”, noticiou a agência de notícias Mena, citando declarações feitas ao início da tarde por Morsi, sobre quem recaiu a tarefa de mediar as negociações entre israelitas e o movimento islamista palestiniano, de quem a Irmandade Muçulmana, hoje no poder no Cairo, é patrona.

“Os esforços para concluir uma trégua darão resultados positivos nas próximas horas”, terá dito o Presidente, sem adiantar mais pormenores.

Pouco antes, as sirenes voltaram a ecoar em Telavive, seguidas pouco depois por fortes explosões. Esta é a segunda vez que a Cidade Santa é visada pelos rockets lançados a partir de Gaza, mas segundo a polícia os projécteis caíram nos arredores da cidade, sem provocarem feridos.

A aviação israelita mantém a Faixa de Gaza sob cerco apertado. Na última noite, atacou perto de uma centena de alvos, descritos como "terroristas". Segundo fontes hospitalares, pelo menos seis pessoas foram mortas, incluindo duas crianças.

Israel suspende planos militares

Na mesma altura, porém, Israel anunciou a decisão de suspender provisoriamente o projecto de avançar com uma operação militar terrestre na Faixa de Gaza, segundo a AFP. “Foi tomada a decisão de suspender provisoriamente qualquer projecto de ofensiva terrestre para dar hipótese de êxito aos esforços diplomáticos”, disse um alto responsável israelita, que pediu o anonimato, citado pela agência.


A decisão, não anunciada oficialmente até à manhã desta terça-feira, terá saído de uma reunião do governo israelita, que, na noite anterior, analisou uma proposta do Egipto para uma trégua com o Hamas, segundo a imprensa israelita.

A rádio pública noticiou que Israel deseja uma trégua de 24 a 48 horas, para que seja preparado um cessar-fogo duradouro. A televisão israelita disse que o primeiro-ministro, Benjamin Nethanyahu, estará disposto a aprovar a decisão no prazo de 24 horas.

Clinton vai a Israel, Egipto e Gaza

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, que na segunda-feira à noite chegou ao Cairo, e tem deslocações previstas a Gaza e Israel, apelou a um cessar-fogo de todas as partes. Foi também anunciado que a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, parte esta terça-feira de Phnom Penh para uma deslocação a Israel, ao Egipto e a Gaza.


Os sinais de possível trégua acontecem horas depois de um raide israelita ter danificado com gravidade o Banco Nacional Islâmico, uma instituição criada pelo governo do Hamas, na cidade de Gaza. O edifício foi, segundo os serviços de emergência do território, atingido por mísseis disparados por aviões F-16.

Outros raides visaram, segundo fontes da mesma agência, casas de chefes militares do Hamas e zonas desabitadas. Um comunicado das Forças Armadas israelitas confirmou terem sido “visadas perto de 100 instalações terroristas, entre as quais [plataformas] subterrâneas de lançamento de rockets, túneis e depósitos de munições”.

Russos acusam EUA

A Rússia acusou, por seu lado, os Estados Unidos de “fazerem obstrução” a uma tomada de posição das Nações Unidas sobre Gaza. A posição de Moscovo foi anunciada depois de a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Susan Rice, ter declarado, na noite de segunda-feira, que o país não dará aval a um texto do Conselho de Segurança que, do seu ponto de vista, sabote os esforços para um cessar-fogo.


Desde o início da operação militar israelita, na quarta-feira da semana passada, foram mortos em Gaza 109 palestinianos e feridos perto de 900, segundo o balanço de fontes médicas locais.

Na segunda-feira foram mortos dois palestinianos na Cisjordânia. Morreram também três israelitas, atingidos por um rocket palestiniano, na semana passada, no Sul de Israel.

Notícia actualizada às 14h03
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