Passos e Seguro retomam “diálogo institucional” após carta crítica do PS

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Líder do PS divulgou esta segunda-feira carta enviada a Passos Coelho Miguel Manso

O primeiro-ministro e o líder do PS reúnem-se em S. Bento esta segunda-feira, depois de uma troca de cartas em que Passos Coelho convidou Seguro a participar naquilo a que chamou “refundação do memorando” de entendimento.

Antes de seguir para S. Bento, António José Seguro divulgou no Facebook a carta que enviou na semana passada a Pedro Passos Coelho, em resposta ao seu convite cujo teor concreto ainda não é conhecido.

Na resposta, Seguro afirma que o PS não recusa “o diálogo político e institucional”, mas sublinha que, se esse diálogo tem faltado, a responsabilidade não é sua. “Por exclusiva responsabilidade do seu Governo, este diálogo foi praticamente inexistente, com claro prejuízo para o interesse nacional”, escreve.

Para comprovar a afirmação, acrescenta: “O PS foi mantido à margem da condução de processos de enorme relevância para o interesse nacional, de que as cinco actualizações do Memorando de Entendimento, o envio para as instituições europeias do Documento de Estratégia Orçamental e o processo de privatizações são exemplos elucidativos”.

O líder socialista reafirma quais as as suas linhas vermelhas, ou seja, até onde está disposto a ir nesse diálogo: “Qualquer revisão da Constituição da República ou outra iniciativa que coloque em causa as funções sociais do Estado”. E recusa para o PS o papel de “cúmplice da política do Governo”, deixando claro que se opõe à política “ de austeridade excessiva e de empobrecimento do país”.

Por outro lado, Seguro avisa que não está disposto a farsas: “Se considera, como destacados dirigentes da maioria o têm verbalizado, que o PS é um partido irresponsável e que não tem alternativas a apresentar ao país, então estamos a perder tempo precioso e a reunião que propõe não passa de uma encenação”, escreveu.

O primeiro-ministro vai reunir-se hoje, às 12h, com o líder do Partido Socialista, António José Seguro, na residência oficial de Pedro Passos Coelho, disse à Lusa fonte do gabinete do chefe do executivo. O convite para a reunião foi feito por Passos Coelho e decorre “no âmbito de matérias tratadas na correspondência trocada entre o primeiro-ministro e o secretário-geral do PS na semana passada”, segundo a mesma fonte.

A 27 de Outubro, no encerramento das jornadas parlamentares conjuntas PSD/CDS-PP, o primeiro-ministro disse que até 2014 vai realizar-se uma reforma do Estado que constituirá “uma refundação do memorando de entendimento” e defendeu que o PS deve estar comprometido com esse processo.

Dois dias depois, Passos Coelho anunciou que iria convidar formalmente (por carta) o PS para um programa de reavaliação das funções do Estado que corte quatro mil milhões de euros na despesa e evite um segundo resgate a Portugal.

Notícia actualizada às 12h00
 

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