Igreja de Inglaterra pede retirada de título a Savile

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Só após a morte de Jimmy Savile se descobriu o seu passado como predador sexual Paul Hackett/Reuters

O líder da Igreja Católica de Inglaterra e País de Gales pediu ao Vaticano para que o titulo de cavaleiro concedido pelo Papa a Jimmy Savile, o apresentador da BBC que, soube-se depois da sua morte, terá abusado de centenas de menores.

Savile recebeu o título, uma das mais altas distinções que pode ser atribuída pelo Papa, em 1990, pela sua acção de caridade. Se o pedido de Vincent Nichols, arcebispo de Westminster, for atendido pelo Vaticano, será a primeira vez que este título é retirado, pois normalmente a distinção morre com a pessoa (mas o nome aparece ainda assim na lista das condecorações).

Na lista dos que receberam a distinção papal concedida ao apresentador da BBC estão Rupert Murdoch, o magnata dos media ou John Hume, o político da Irlanda do Norte galardoado com um Nobel.

O arcebispo pediu a retirada do título a Savile por respeito às vítimas do apresentador que, calcula-se agora, poderão ter sido perto de 300.

Savile, que durante anos foi uma das figuras mais queridas da BBC, morreu em Outubro do ano passado com 84 anos.

Um ano mais tarde, a polícia abriu uma investigação por denúncias de abusos sexuais alegadamente levados a cabo ao longo de quatro décadas – o inquérito abrange cerca de 400 pessoas, todas do sexo feminino excepto dois indivíduos.

Uma das vítimas foi identificada como uma sobrinha-neta de Savile, Caroline Robinson, que confirmou numa entrevista ter sofrido abusos aos 12 anos de idade. “Quando comecei a ler os relatos de algumas das vítimas no jornal, era uma transcrição exacta do aconteceu comigo”, disse à BBC Radio 5.

Além da investigação criminal da Scotland Yard, o escândalo também lá levou à abertura de outros dois inquéritos independentes. Um deles envolve a BBC: vários dos crimes agora reportados terão ocorrido nas instalações da cadeia pública de rádio e televisão.

O segundo inquérito envolve o Serviço Nacional de Saúde, mais concretamente três hospitais públicos, alguns deles psiquiátricos, onde Savile trabalhava como voluntário.

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