BE diz que execução orçamental é “reflexo directo” de medidas anunciadas

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Foto: Daniel Rocha

O Bloco de Esquerda (BE) considera que os números da execução orçamental de Setembro, divulgados esta terça-feira, dão conta dos “efeitos da irresponsabilidade do Governo” e são “reflexo directo” das medidas anunciadas pelo Executivo no início do mês.

As receitas fiscais nos primeiros sete meses do ano estão 4,9% abaixo do arrecadado para os cofres do Estado em igual período de 2011, menos 1.236,8 milhões de euros, de acordo com o boletim de execução orçamental hoje divulgado pela Direcção-Geral do Orçamento (DGO).

Em declarações à agência Lusa, o deputado bloquista Pedro Filipe Soares afirmou que estes números “dão conta dos efeitos da irresponsabilidade do Governo nas contas da economia”, reiterando uma mensagem que o Bloco tem vindo a repetir: “a receita do Governo [para equilibrar as contas públicas e resolver a crise] é errada”.

“Chegada a execução orçamental de Setembro, o que nós percebemos é que o anúncio de Pedro Passos Coelho no início de Setembro teve um reflexo directo nas contas públicas”, afirmou o deputado do BE eleito pelo círculo de Aveiro.

Para Pedro Filipe Soares, a execução orçamental de Setembro demonstra “a irresponsabilidade de um Governo que não pensa no que propõe ao país e que leva para conferências de imprensa [medidas] que o país chumba”, as quais têm “um impacto directo sobre a forma como as pessoas agem na economia e como os portugueses olham para as suas próprias poupanças”.

O deputado do BE disse ainda que “o agudizar da crise” revela “um Governo irresponsável”, que não só “insiste nos erros que estão à vista e que fazem maldades ao país”, como “tenta levar ainda mais fundo o seu ataque aos salários e às pensões”.

“E, ao fazê-lo, [o Governo] dá indicação às pessoas de que não há saída e isso teve impacto directo nas contas” de Setembro, disse ainda.

Segundo o documento hoje divulgado pela DGO, a receita com impostos directos está a cair 4,3% até Setembro, quando comparado com igual período de 2011, arrastada por uma queda de 20,7% nas receitas provenientes do IRC.

Em Setembro, o Governo anunciou um novo conjunto de medidas de austeridade, com destaque para a redução das reformas acima de 1500 euros, a redução dos escalões do IRS, implicando um acréscimo do pagamento médio dos cidadãos, e ainda o aumento de tributação dos imóveis considerados de luxo (acima de um milhão de euros).

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