Belmiro de Azevedo diz que já tem os preços "mais agressivos do mercado"

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Belmiro de Azevedo garante que vai voltar a estudar, uma preocupação que o acompanhou ao longo da sua carreira. Nélson Garrido

Apesar do corte na TSU, o dono da Sonae afirmou hoje que não é capaz de descer os preços nos hipermercados Continente, como propôs o primeiro-ministro. Paulo Azevedo disse também que a medida não traz poupança e advinha uma retracção no consumo.

Belmiro de Azevedo respondeu hoje a Passos Coelho, dizendo que os hipermercados Continente já praticam os preços mais agressivos do mercado. As declarações surgem em resposta ao desafio lançado na passada quinta-feira pelo primeiro-ministro, que propôs ao patrão da Sonae (proprietária do PÚBLICO) que aproveitasse a descida nas contribuições para a Taxa Social Única (TSU) para reduzir os preços nas suas superfícies comerciais.

À margem de uma conferência sobre competitividade e crescimento, Belmiro de Azevedo respondeu à Lusa: "Já viu alguma loja com preços mais agressivos do que quando vai ao Modelo e ao Continente?".

Na entrevista que deu à RTP na passada quinta-feira, Pedro Passos Coelho desafiou Belmiro de Azevedo a baixar os preços dos produtos que vende, depois do empresário ter criticado os cortes impostos ao rendimento dos portugueses, por via de um aumento das contribuições para a Segurança Social, que o Governo quer aumentar em sete pontos percentuais (de 11 para 18%).

"Se Belmiro de Azevedo tem medo de vender menos por causa dos cortes nos salários, que aproveite o facto de pagar menos Taxa Social Única para baixar os preços ao consumidor", disse o primeiro-ministro.

Paulo Azevedo, filho de Belmiro de Azevedo e presidente executivo da Sonae, falou também à Lusa, limitando-se dizer que as declarações do primeiro-ministro foram "um fait divers".

Já enquanto orador do painel sobre competitividade e crescimento de Portugal, o gestor afirmou que, com a eventual redução da TSU para as empresas, estas não poupam e "o consumo retrai". No caso das empresas, o Governo anunciou uma redução da TSU de 5,75 pontos percentuais (de 23,75 para 18%).

"Não há poupança nenhuma, o que há é mais um rol de dificuldades. A ideia dessas medidas era dar às empresas exportadoras acrescidas condições de competitividade, ou seja, baixar os preços, criar emprego", disse o responsável da Sonae.

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