Carlos Coelho rejeita que Universidade de Verão do PSD fomente o carreirismo político

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Passos Coelho encerra a Universidade de Verão do PSD a 2 de Setembro Enric Vives-Rubio

“A motivação essencial da Universidade de Verão é transmitir o gosto pela intervenção cívica”. Este é um dos motes que Carlos Coelho, eurodeputado social-democrata e organizador desta iniciativa, quer ver realizado este ano. O empreendedorismo e o debate acerca do federalismo europeu são outros pontos fortes da iniciativa.

A Universidade de Verão, que marca a reentrée erudita do PSD desde 2003, permite a uma centena de jovens debaterem uma série de temas da actualidade. Carlos Coelho revela, em declarações ao PÚBLICO, que, na edição deste ano, vai ser dada especial relevância à questão do federalismo europeu . O orador escolhido para conduzir esta conferência é o eurodeputado Paulo Rangel e ,também por isso, “faz todo o sentido convidar o Dr. Luís Amado”, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de José Sócrates, diz o organizador da universidade de Verão.

No que toca a membros do Governo, apenas dois estarão presentes. A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz terá uma participação mais directa e dissertará acerca das reformas necessárias ao Estado. Já Pedro Passos Coelho apenas participará na sessão de encerramento no dia 2 de Setembro. Os jovens poderão ainda a assistir a conferências de diversas personalidades como Marcelo Rebelo de Sousa, António Borges, Cândida Almeida e Leonor Beleza. Esta iniciativa, que já contou com oradores socialistas e centristas, não fecha a porta a outros de quadrantes políticos mais à esquerda. “Não excluo a hipótese de, em futuras edições, termos pessoas do Bloco de Esquerda. Não me choca nada”, afirma Carlos Coelho.

Outro dos temas em foque nesta edição da Universidade de Verão do PSD é o empreendorismo. Carlos Coelho explica que “relativamente a outros países europeus tem-se vindo a constatar que há menos empreendedorismo entre os jovens portugueses” sendo este, “um défice que se deve superar”. Contudo, o organizador desta actividade não vê esta prática como solução mágica para os problemas de todos os jovens, visto que “há uns que têm talento, vontade e força de espírito que jogam bem com esse tipo de iniciativa, mas há outros que não”.

Apesar de admitir que a formação cívica e política é um dos objectivos da iniciativa, Carlos Coelho rejeita que a Universidade de Verão seja embrionária de carreirismos políticos. Se, entre os jovens que frequentaram a universidade há “um conjunto significativo acabaram por enveredar pela actividade política,”, ressalva que “há outros que preferiram fazer uma carreira não partidária”. “O percurso de cada um é com cada um. Não há uma cartilha oficial da Universidade de Verão”, reforça.

Apesar de ser um dos poucos políticos da sua geração que não concluiu a licenciatura, o director da Universidade de Verão desvaloriza este facto, justificando-o com as escolhas que teve de fazer. “Eu fui deputado aos 19 anos, na altura o mais novo da europa, e, desde lá, tive uma participação muito activa no Parlamento Europeu e na Assembleia da República. Faltou-me o tempo para outras coisas”, reafirma. Recorrendo à experiência no Parlamento Europeu revela que, naquela instituição as pessoas “pessoas não valem pelos títulos quer sejam académicos ou de foro profissional, mas valem por aquilo que são capazes de fazer em cada momento”.

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