Venezuela oferece remoção de implantes mamários sob suspeita de causarem complicações

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Implantes foram retirados do mercado em 2010 Foto: Eric Gaillard/Reuters

A remoção de implantes mamários PIP, que estão referenciados como sendo de risco para a saúde, vai ser gratuita na Venezuela, segundo noticia a agência noticiosa Reuters.

De acordo com a mesma agência, dezenas de milhares de implantes fabricados pela defunta empresa francesa Poly Implant Prothese (PIP), que entrou em falência, foram usados na América Latina, onde a cirurgia estética tem elevada procura.

O problema é que as autoridades francesas mandaram recolher, em 2010, o material fabricado em França por considerar que não respeitava os critérios de qualidade e segurança exigíveis.

O ministro francês da Saúde, Xavier Bertrand, recomendou na sexta-feira, 23 de Dezembro, “a título preventivo e sem carácter de urgência”, que as 30 mil mulheres que têm implantes mamários da marca PIP os removam, mesmo que estes não apresentem qualquer sinal de deterioração.

Na Venezuela, a ministra da Saúde, Eugenia Sader, disse à agência estatal de notícias AVN que as venezuelanas que tenham recebido este tipo de implantes poderão dirigir-se aos hospitais públicos e requerer exames e, se quiserem, poderão ser operadas gratuitamente para remoção do silicone, mas sublinhou que as próteses não seriam substituídas. A mesma governante acrescentou que um largo número de implantes PIP entraram de forma ilegal na Venezuela, colocando em risco as mulheres que a eles recorreram. "Não houve, em nenhum momento, autorização. [Os implantes] entraram no país de forma ilegal, e agora essas mulheres têm a saúde delas em risco", sustentou a ministra.

Em França, os implantes daquela empresa estão sob investigação por alegadamente serem cancerígenos devido ao gel usado no interior. Até agora, porém, não foram encontradas provas concludentes dessa alegação.

Em Portugal, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) também aconselhou as mulheres portuguesas “a consultarem o cirurgião ou médico assistente na unidade onde lhes foi colocado o implante a fim de poderem ser submetidas a exames de vigilância”. Em comunicado, a DGS explicou que em Portugal apenas cerca de 3% de todas as próteses mamárias implantadas são da marca PIP, “estimando-se que 1500 a 2000 portuguesas tenham estas próteses implantadas”. E lembrou que em Março de 2010 a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) suspendeu a comercialização em Portugal dos implantes mamários de silicone pré-cheios, que se suspeita poderem gerar algumas complicações.

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