Espanha volta a entrar em recessão no início de 2012, prevê o novo Governo

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Secretários de Estado do ministro Luis de Guindos tomaram posse hoje Foto: Sergio Perez/Reuters

Ao fim dos primeiros três meses de 2012, Espanha deverá estar de novo em recessão. O novo ministro da Economia de Espanha, Luis de Guindos, reconheceu hoje que a economia vai sofrer uma queda em cadeia de 0,2% ou 0,3% do PIB neste último trimestre e que também os primeiros três meses de 2012 deverão registar uma contracção da economia.

Embora não tenha falado em “recessão” – uma palavra que, segundo a imprensa espanhola, evitou utilizar –, o responsável pela pasta da Economia admitiu que a economia poderá cair entre Janeiro e Março do próximo ano.

A verificarem-se as previsões que Luis de Guindos avançou na tomada de posse dos secretários de Estado e altos responsáveis do seu ministério, isto significa que, estando a economia espanhola dois trimestres consecutivos em queda, o país vai voltar a entrar em recessão já nos primeiros meses de 2012.

O último ano em que a quarta maior economia da zona euro esteve em recessão foi 2010. Nesse ano, a economia contraiu, em termos anuais, 0,1% do PIB, depois de uma queda de 3,7% em 2009.

Para este ano, as últimas projecções de Bruxelas apontam para um crescimento de 0,7% do PIB (o mesmo valor previsto para 2012), embora o novo Governo confirme que o último trimestre será menos positivo para a economia.

Sobre as estimativas para os meses de Outubro, Novembro e Dezembro deste ano, Luis de Guindos falou numa “etapa de crescimento negativo” face aos três meses anteriores. A primeira metade do ano, disse, será difícil para a criação do emprego e o crescimento, que, aliás, considerou um dos pontos-chave para a saída da crise. Inverter a situação passa por “procurar um crescimento sustentável que dê maior capacidade para competir”, reforçou, citado pelo diário El Mundo.

Espanha tem os maiores níveis de desemprego da zona euro, com uma taxa de 22,8% do PIB, segundo dados relativos a Outubro, e de 48,9% entre a população jovem (entre os 15 e os 24 anos).

“Não tenhamos ilusões, os dois próximos trimestres não serão fáceis, nem do ponto de vista do crescimento, nem do ponto de vista do emprego”, alertou, citado pela agência AFP.

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