Lições de Silicon Valley a baixo custo para start-ups portuguesas

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Tony Fernandes, fotografado para o projecto "ideias fora da caixa", publicado em Março no PÚBLICO D.R.

A Pensa é uma companhia que quer ligar as start-ups tecnológicas portuguesas a Silicon Valley, nos EUA. A ideia é permitir que empresas que estejam a dar os primeiros passos em Portugal tenham acesso a consultores da meca da tecnologia, a preços acessíveis.

O fundador da Pensa é Tony Fernandes, que nasceu 1963 em Coimbra e emigrou com a família para os EUA quando tinha sete anos. O percurso profissional de Fernandes inclui empresas como a IBM, Netscape, Xerox e Apple. Fernandes esteve esta semana em Lisboa, no "Silicon Valley Comes to Lisbon", um evento focado em exemplos e lições de empreendedorismo.

Ao PÚBLICO, explica ter percebido há mais de dez anos que havia em Portugal start-ups de tecnologia com potencial para terem sucesso internacional. O contacto com o empreendedorismo português fez-se então através da tecnológica YDreams, com quem trabalhou.

Porém, Fernandes considera haver em Portugal empresas a quem “falta uma peça do puzzle” – pode ser uma estratégia de comercialização ou de angariação de dinheiro, ou conhecimentos sobre propriedade intelectual. E também nota que muitos empreendedores parecem mais concentrados em procurar fundos do que clientes.

“Em Portugal, parece-me que as coisas funcionam muito na base da amizade. Uma start-up é capaz de pedir conselhos a um amigo em São Francisco só porque ele mora lá” – mas isto não quer dizer que esta pessoa seja um especialista. “O que quero é que as start-ups portuguesas esqueçam a nacionalidade e tenham acesso à melhor informação possível”.

A questão é que a boa informação é cara, nota o fundador da Pensa. “Um consultor em Silicon Valley diz: ‘Sim, vou ouvir o que têm para me dizer. São 20 mil dólares’”.

A ideia do Pensa é organizar curtas sessões de aconselhamento, com preços entre 1000 e 2000 euros. Neste sistema, a start-up tem cerca de uma hora para apresentar a ideia. Alguns dias depois, recebe uma resposta do consultor, que passa duas horas a dar orientações. O conceito é o de que um par de horas bastará para resolver um problema específico ou colocar uma ideia no caminho certo para se tornar num negócio rentável.

Para encontrar estes consultores, o fundador da Pensa, que tem uma empresa de desenvolvimento de produtos digitais (desde aplicações móveis a projectos de realidade aumentada) valeu-se das suas relações pessoais em Silicon Valley. E garante que a ideia é ajudar as start-ups portuguesas e que não vê o projecto como “uma grande forma de fazer dinheiro”.

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