O que provocou a desvalorização da operadora que era dona do handling

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Ascensão da Portway é apontada como um dos motivos da desvalorização da Groundforce Rui Gaudêncio

A Groundforce está hoje numa situação menos propícia a uma alienação do que em 2006, quando suscitou o interesse da Globalia. Foi, aliás, a partir desse ano que começou a derrapagem da operadora de handling, que chegou a ser dona do sector até à ascensão da rival Portway, detida pela ANA.

Em 2006, a Groundforce gerava receitas 133,7 milhões de euros e lucros de 6,1 milhões. Vários factores contribuíram para a derrapagem, que, no ano passado, culminou em prejuízos de 43,5 milhões e no encerramento da escala de Faro, que empregava mais de 300 pessoas.

A ascensão da rival Portway é apontada como um dos motivos, já que esta viu a quota de mercado crescer de 15 para 29% em apenas cinco anos, tendo crescido ao ritmo das low cost - as suas principais clientes. Os incentivos concedidos às companhias de baixo custo, nomeadamente descontos nos serviços de handling, têm sido alvo de duras críticas pelos impactos negativos sobre a empresa da TAP.

Há outros fenómenos, muito associados à anterior administração da Groundforce, que são apontados como responsáveis pelas dificuldades, nomeadamente o facto de ter desinvestido na internacionalização e de mais de 70% da facturação estar dependente da TAP, expondo em demasia a operadora a um cliente que registou perdas de 137 milhões de euros, no primeiro semestre deste ano. E os conflitos de gestão que surgiram com a Globalia também não serviram para estabilizar a empresa, tendo esta decidido sair de campo em 2008.

Foi nessa altura que a TAP readquiriu a participação, por 30 milhões, tendo decidido parqueá-la em três bancos até encontrar um comprador. O objectivo não foi cumprido e, por imposição do regulador, teve de depositar os 50,1% na Europartners.

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