Técnicos do ministérios das Finanças da zona euro têm hoje uma reunião para tentar salvar o segundo plano de resgate da Grécia através de uma revisão geral do controverso acordo sobre garantias dos gregos aos finlandeses.

A ideia será tentar substituir o depósito em dinheiro/títulos que o Governo grego se comprometeu a fazer junto do Governo finlandês por garantias em bens imobiliários ou acções em empresas estatais, conta o Financial Times, que avançou a notícia deste encontro.

O jornal, numa notícia do seu correspondente em Bruxelas que cita três pessoas a par da questão, diz também que as novas garantias poderiam ser alargadas a todos os membros da zona euro, ou pelo menos àqueles que pretenderem obter garantias através deste sistema. Mas adianta que alguns países levantam objecção ao novo esquema.

O arrastamento da questão das garantias da Grécia à Finlândia tem gerado receios de que o segundo pacote de resgate financeiro da Grécia possa acabar comprometido, pois vários outros países terão feito saber que pretendiam garantias semelhantes, o que a concretizar-se faria com que os gregos não dispusessem de parte significativa da quantia acordada e poderia comprometer o plano, gerando incumprimentos de reembolso de dívida. Os juros implícitos das obrigações gregas dispararam nos mercados secundários.

A Alemanha fez saber que o acordo da Grécia com a Finlândia teria de obter o acordo do resto da zona euro e vários analistas têm alertado para que dar garantias nestes novos empréstimos poderá levar a que seja decretado incumprimento de reembolso pelas principais agências de notação de risco (rating) de dívida, porque trataria alguns credores gregos de modo diferente de outros.