Assistência a Portugal não está comprometida, garante primeiro-ministro eleito da Finlândia

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Jyrki Katainen, primeiro-ministro eleito e actual ministro das Finanças Markku Ulander/Lehtikuva/Reuters

A Finlândia não vai dificultar o programa de assistência financeira a Portugal. A garantia foi deixada hoje pelo primeiro-ministro eleito, Jyrki Katainen, mas com uma advertência: a coligação de Governo que está a ser negociada pode obrigar a alterações ao plano de socorro.

Com o Parlamento finlandês fragmentado e os três partidos mais votados nas legislativas de domingo a braços com a ‘questão portuguesa’, o conservador Jyrki Katainen vai pedir aos futuros membros da coligação de Governo para que aceitem o programa de assistência financeira que a “troika” – Comissão Europeia (CE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE) – está a negociar com Lisboa.

De acordo com as regras finlandesas, para qualquer pacote de resgate a países da zona euro avançar, o Parlamento finlandês tem de se pronunciar sobre a ajuda. E estando dividido o hemiciclo, onde os nacionalistas Verdes Finlandeses (contra as políticas pró-europeias) passaram a terceira força política, o programa de ajuda pode estar comprometido tal e qual o estão a desenhar os responsáveis da “troika”.

O próprio calendário finlandês pode atrasar a entrada dos primeiros montantes do pacote, quando o Governo português já assumiu que terá problemas de liquidez em Junho e espera contar com a ajuda nessa altura. E é aqui que reside o cerne da questão: se as conversações entre as forças políticas finlandeses para formarem Governo se prolongarem, a aprovação do pacote pode não se concretizar nos prazos esperados por Lisboa e Bruxelas.

Portugal foi tema de campanha eleitoral e, a confirmarem-se as previsões dos analistas para que a Coligação Nacional, de Jyrki Katainen, faça uma aliança com os sociais-democratas e os eurocépticos do partido Verdadeiros Finlandeses, o pacote de ajuda FMI/UE poderá ser um dos primeiros temas difíceis com que o executivo se vai defrontar.

O discurso da Coligação Nacional é o de dizer que à Finlândia cabe, não criar, mas resolver, os problemas europeus. Apesar disso, nem no país os analistas arriscam dizer quem – que força política – vai ser obrigado a ceder para resolver a ‘questão portuguesa’.

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