G20 mantém impasse sobre lista de países com maiores desequilíbrios globais

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Publicação da lista só avança com total acordo dos membros do G20, sublinha Christine Lagarde Mike Theiler/Reuters

Poderá ainda não ser desta que os membros do G20 saem da reunião de ministros das Finanças com a lista dos países com maiores assimetrias económicas a nível global. França assumiu a presidência do grupo em Janeiro a apelar a um reforço do controlo da globalização, mas a ministra francesa das Finanças colocou hoje um travão na ambição francesa: “Cabe aos membros do G20 decidir como gerir esta questão”.

À entrada para a reunião dos ministros das Finanças e dos governadores dos bancos centrais das maiores economias mundiais esta noite, em Washington, Christine Lagarde frisou que a publicação do ranking destes países só avançará se líderes presentes no encontro acordarem as linhas directivas da lista. Os critérios em causa não estão sequer totalmente definidos e, por isso, disse, uma resposta concreta só para depois da reunião.

A proposta francesa prevê que sejam conhecidos em detalhe dados sobre os países com risco sistémico para a economia global e cujos desequilíbrios – como o défice e a dívida pública elevados – requeiram mais atenção a nível global. Seria o caso, que França leva a discussão, de países que representam cinco por cento ou mais do Produto Interno Bruto (PIB) do conjunto dos membros do G20, sublinhou Lagarde, citada pela agências de notícias internacionais.

Quando os líderes das grandes economias globais reuniram em Paris, em Fevereiro, França dizia não quer impor políticas a outros países, mas os membros do G20 acabaram por acordar uma lista de indicadores para que cada país possa medir e combater os seus próprios desequilíbrios em relação ao défice, à dívida pública, à taxa de poupança, à balança comercial, à balança de rendimentos.

E enquanto os responsáveis das Finanças afinam o plano para prevenir futuras crises económicas, quem se confiante na recuperação para este ano foi o secretário do Tesouro norte-americano. Timothy Geithner insistiu numa conferência do encontro paralelo do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional que “apesar dos riscos [da alta dos preços dos] combustíveis, dos desafios financeiros que parte da Europa enfrenta e do que aconteceu no Japão”, nota-se uma crescente confiança “de que a economia mundial vai crescer a um ritmo razoável”, cita a Reuters.

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