Moody´s baixou rating de sete bancos portugueses

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A nota da CGD e dos principais bancos privados desceu três níveis de capital português António Borges (arquivo)

A agência de notação financeira Moody´s desceu hoje a nota (rating) de risco de crédito de longo prazo e de depósito de sete bancos portugueses, na sequência do corte anunciado ontem por esta agência à nota da dívida soberana portuguesa.

Os bancos abrangidos pela descida da nota da dívida de longo prazo são a CGD, o BCP, o BES, o BPI, o Santandertotta, o Montepio Geral e o BPN, devido ao enfraquecimento do seu perfil de crédito.

O rating do Montepio Geral desceu um nível, de Baa3 para para Ba1 (antes era Baa3), enquanto o dos restantes bancos desceu dois ou mais níveis.

A nota da CGD passou de A1 para Baa1, enquanto a do BCP passou de A3 para Baa3. No caso do BES, a descida foi de A2 para Baa2, igual à sofrida pelo BPI. O Santandertotta desceu de A1 para A3 e o BPN de Baa3 para B1, um nível já considerado “lixo”. A perspectiva é negativa ou de revisão em baixa para seis bancos, excepto no caso do BPN, que se mantém em análise.

A nota do risco individual de crédito foi reduzido para a CGD, BCP, BES, BPI e Santandertotta, e com perspectiva negativa. Por outro lado, a nota da dívida de curto prazo destes sete bancos baixou em um nível, sendo acompanhada de uma revisão também da nota de crédito da dívida sénior subordinada de seis deles.

O enfraquecimento da força financeira autónoma destas instituições é uma das razões avançadas, bem como a menor capacidade financeira do Estado, que a Moody´s diz que aumenta a probabilidade de no futuro o Governo limitar o seu apoio à banca.

A agência considera que após a baixa ontem do rating de Portugal, e com a perspectiva de continuar a descer, aumenta a probabilidade de no futuro o Governo não conseguir apoiar os bancos em caso de necessidade.

Por outro lado, a agência sublinha ainda que o Estado enfrenta escolhas mais difíceis, num contexto em que por toda a Europa enfraquece o ambiente de apoio aos bancos mais pequenos, o que deverá fazer com que modere o seu desejo de apoiar a banca em caso de necessidade com a necessidade de proteger o seu próprio balanço.

Ontem a agência de notação financeira Fitch baixou os ratings da banca nacional na sequência do corte da nota de Portugal, na sexta-feira passada. A Fitch colocou os ratings do Montepio Geral, do Finibanco e do Banif num nível considerado junk (“lixo”), ou seja, sem estatuto de investimento, enquanto as notas do BCP, do BPI e da Caixa Geral de Depósitos viram os seus ratings descer para BBB-, para igualar a nota da República.

As agências de notação financeira foram muito criticadas quando no final de 2008 se desencadeou a crise financeira, em relação à qual não fizeram soar os alarmes com antecedência. Os bancos que estiveram no epicentro dos problemas tinham bons ratings, como era o caso do banco de investimento norte-americano Lehman Brothers, que faliu. Também não foi antecipada a falência dos bancos islandeses.

Última actualização às 9h40
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