Bombeiros preocupados com diminuição de meios para incêndios de Verão

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Devido à crise, há redução de meios Paulo Ricca (arquivo)

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) está inquieta com a época de fogos deste ano, defendendo existirem “razões para preocupação” com a redução de meios, devido à crise, para o combate aos incêndios florestais.

O vice-presidente da LBP, Rui Silva, manifestou as inquietações da organização nacional de bombeiros, face às perspectivas de, a um Verão “muito quente”, corresponder um corte nos meios de combate aos fogos. Rui Silva falava hoje, em Viseu, durante a cerimónia de celebração do 125º aniversário do corpo de voluntários da cidade.

Presente na cerimónia, o general Arnaldo Cruz, presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil, admitiu que os cortes são um facto, na casa dos 20 por cento, com destaque nos meios aéreos usualmente disponibilizados.

Mas o general asseverou estarem reunidas as condições para erguer um dispositivo igualmente eficaz este ano. “Estamos a equacionar um dispositivo igualmente capaz mas eventualmente mais flexível. Quando não houver meios aéreos em sítios onde estariam previstos, encontraremos forma de aí colocar equipas terrestres de resposta imediata”, disse.

Menos meios aéreos

Arnaldo Cruz fez ainda notar que decorre uma “análise, um trabalho, com todo o cuidado, em colaboração com todos os distritos” para procurar as melhores soluções, apontando que, havendo, “e isso é um facto”, uma redução do número de meios aéreos, relativamente ao ano passado, serão encontradas soluções que possam suprir essa falta.

Insistindo nas preocupações, o representante da Liga de Bombeiros Portugueses, associando a “crise política” ao “verão quente” que se aproxima, defendeu a urgência de preparar as coisas de forma a que a crise financeira não se intrometa de forma grave no essencial do combate aos fogos nas florestas portuguesas.

Apesar das inquietações, Rui Silva garantiu que os “os bombeiros portugueses não vão deixar o país descalço” perante as adversidades, reafirmando o empenho pessoal destes na supressão das dificuldades que emergirem da diminuição de meios e verbas.

Na linha da frente das prioridades para a LBP está responder a um verão que especialistas apontam como um dos mais quentes dos últimos anos, ao que o presidente da ANPC, Arnaldo Cruz responde com a disponibilidade de, “de acordo com o risco em alguns distritos, e com a evolução climatérica, disponibilizar os meios, num esquema naturalmente mais flexível”.

“Todos os anos se diz que a próxima época de fogos será a mais quente, mas não temos garantias. O que as pessoas dizem é que, como tem chovido muito, a erva crescerá e associando dias de calor a material seco pode levar a que alguns incêndios possam assumir maiores dimensões”, disse Arnaldo Cruz.

Os Bombeiros Voluntários de Viseu, criados em 1886, receberam, entre outras distinções, no dia em que comemoram os 125 anos de vida, a Fénix de Honra atribuída pela LBP e ainda medalha de Mérito de Protecção e Socorro, Grau Ouro, distintivo Azul, pelo Ministério da Administração Interna.

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