Portugal só aproveita 40 por cento da exploração que faz nas áreas de regadio

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Os esforços de produção de arroz devem ser concentrados no Mondego Pedro Cunha (arquivo)

Portugal só aproveita 40 por cento da exploração que faz nas áreas de regadio, disse hoje, durante uma visita aos campos da margem sul do Mondego, o ministro da Agricultura, António Serrano.

“Temos um nível de aproveitamento dos nossos regadios baixo, na ordem dos 40 por cento”, afirmou o ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, António Serrano.

“Temos de concluir os regadios que têm condições para aumentar a taxa de aproveitamento” e onde “há agricultores que querem produzir e dar prioridade” a essas áreas, sustentou o governante, que falava durante a visita que, na manhã de hoje, fez a campos dos vales dos rios Pranto e Arunca, na margem sul do Mondego e integrados no projecto hidroagrícola deste rio.

O vale do Mondego, a Cova da Beira e o Alqueva são “três exemplos [de terrenos de regadio] onde temos de concentrar energias, porque são zonas onde podemos produzir mais e melhor”, afirmou António Serrano.

O Mondego é, de resto, segundo o governante, uma das áreas onde se justifica essa concentração de esforços, pois, defendeu, “temos produção de arroz”, sobretudo “arroz carolino, de elevada qualidade, agricultores que querem produzir e projectos em condições” para serem concretizados e/ou concluídos.

Reconhecendo que o projecto hidroagrícola do Mondego, que tem mais de três décadas, se arrasta no tempo, o ministro da Agricultura lembrou que, no entanto, os empreendimentos de regadio exigem “muitos recursos financeiros” e que não basta haver “organização – embora esta seja “fundamental” – e vontade política.

“É preciso encontrar meios financeiros”, sublinhou. “Sabemos que [os regadios] são fundamentais para o desenvolvimento agrícola, mas não basta fazê-los”, é também necessário que existam agricultores para deles tirarem partido, advertiu.

O ministro António Serrano visitou hoje, na companhia do secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Rui Barreiro, campos da margem sul do Mondego, integrados no empreendimento hidroagrícola deste rio, a convite da Associação Portuguesa de Orizicultores (APOR), onde faltam as obras hidroagrícolas e o emparcelamento.

Os vales dos rios Pranto e Arunca, na margem sul do Mondego, não podem continuar nesta situação, “sem obras hidroagrícolas” e “sem reestruturação fundiária”, que “impedem o desenvolvimento agrícola da região”, alertou Isménio Oliveira, dirigente da APOR.

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