Novo bastonário dos Economistas diz que Governo deveria analisar possível ajuda financeira

O novo bastonário da Ordem dos Economistas, Rui Leão Martinho, afirma que o Governo tem de fazer uma análise custo benefício de uma possível ajuda financeira internacional e desdramatiza a possibilidade de intervenção do Fundo Monetário Internacional.

“Com a entrada do fundo europeu ou do Fundo Monetário Internacional embora exista um ónus político bastante grande - que em geral é muito pouco aceite pelos governos e pelas populações - há uma melhoria de condições no financiamento de que Portugal pode precisar. Penso que esse balancear das duas situações há que ser feito pelo poder político, que neste momento é o Governo”, afirmou.

Rui Leão Martinho, que tomou hoje posse como bastonário para o triénio 2011-2013, sublinha que é o Governo “que está em condições de poder saber se efetivamente vai sozinho ou se deve optar por pedir ajuda do fundo europeu”, mas sublinha que essa não é a questão mais importante.

“Eu penso que vamos ultrapassar [a situação], se ultrapassamos ou não com a ajuda do fundo europeu que depois por sua vez poderá trazer o FMI, essa questão não é a mais importante. A mais importante é conseguirmos ultrapassar levando as pessoas a pensar que a situação não pode continuar mais assim. Há que fazer uma desalavancagem de toda a sociedade portuguesa, da economia tal como a conhecemos e entrar num novo caminho a partir deste ano”, explica.

Sobre as condições políticas, o novo bastonário considera que o Governo “deve continuar o seu mandato até conseguir solucionar ou melhorar esta situação”.

Questionado sobre se Portugal deveria alienar as reservas de ouro para fazer face às actuais necessidades de financiamento, Rui Leão Martinho defende que vender parte deste ouro poderia evitar algumas das medidas de austeridade.

“Não precisamos de alienar totalmente as reservas de ouro, se tivermos que alienar uma parte destas reservas, talvez venhamos a aliviar o número de medidas de austeridade que neste momento estão em vigor ou que possam ainda vir a ser necessário ser aprovadas depois do Orçamento do Estado”, disse ainda.

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