AECOPS diz que as encomendas ao sector baixaram e o desemprego está a subir

Os primeiros dois meses de 2010 foram “desanimadores” para a construção, com o valor das obras adjudicadas a cair e o desemprego a aumentar, segundo dados divulgados hoje pela Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOPS).

“Os primeiros indicadores conhecidos e relativos ao desempenho do sector da Construção durante os meses iniciais de 2010 revelam um quadro desanimador”, lê-se na análise de conjuntura regional de Março da AECOPS.

No mercado residencial, a associação refere que, apesar de não estarem ainda disponíveis valores do licenciamento emitido pelas Câmaras Municipais, “é possível inferir, pelas opiniões dos empresários, que ele mantém um fraco dinamismo e perspectivas de evolução futura fortemente desfavoráveis”.

A AECOPS afirma que a “estagnação do mercado residencial” tem sido “uma das principais causas do forte aumento do desemprego com origem na construção”.

A este propósito a associação recorda que, em 2009, o emprego no sector da construção recuou 8,9 por cento, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

Já no final de Janeiro deste ano, os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) indicam que o número de desempregados do sector da construção inscritos nos centros de emprego aumentou 48,5 por cento face ao mesmo período do ano passado, para 74,8 mil desempregados.

O Algarve foi a região onde o número de desempregados da construção inscritos nos centros de emprego mais aumentou (uma subida de 132 por cento) e onde “a estagnação do mercado residencial parece ser mais evidente”.

O Algarve foi também a região que registou “a quebra mais forte no licenciamento residencial em 2009 (57 por cento)”.

A região de Lisboa apresentou o segundo maior aumento do número de desempregados do sector da construção em Janeiro (51 por cento) e a segunda maior quebra no licenciamento residencial no ano passado (51 por cento).

O mercado das obras públicas registou, nos dois primeiros meses de 2010, “uma clara retracção”, que se traduziu na redução do número de concursos lançados e adjudicados.

A AECOPS diz que o valor global de obras adjudicadas diminuiu 54 por cento face aos dois primeiros meses do ano passado.

As regiões mais penalizadas foram o Alentejo, onde os concursos adjudicados este ano não ultrapassaram nove por cento do montante entregue nos dois primeiros meses de 2009, e o Algarve, onde os 13,6 milhões de euros adjudicados até ao final de Fevereiro traduziam uma quebra de 74 por cento face ao mesmo período de 2009.

Pela positiva, destaque para o Algarve e Lisboa, que registaram aumentos significativos no montante dos investimentos públicos a desenvolver: 260 por cento e 79 por cento, respectivamente.

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