João Teixeira Lopes é o candidato do BE à Câmara do Porto

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A candidatura, já anunciada, foi hoje formalmente apresentada na Faculdade de Arquitectura do Porto Paulo Pimenta

Tal como sucedeu há quatro anos, o sociólogo e professor universitário João Teixeira Lopes vai ser o candidato do BE à presidência da Câmara do Porto nas eleições autárquicas de Outubro. A candidatura, já anunciada, foi hoje formalmente apresentada na Faculdade de Arquitectura do Porto, durante uma sessão em que também esteve presente o líder dos bloquistas, Francisco Louçã, que estabeleceu como objectivo a eleição de Teixeira Lopes para a vereação, falhada na última tentativa.

Francisco Louçã considerou, aliás, que o reforço do partido a nível local permitirá ao BE “desafiar como nunca antes feito os poderes conservadores que tentam impedir o desenvolvimento”, acrescentando que a força da esquerda popular poderá quebrar a fronteira pela democracia e estender ao Norte do país a luta social que já se sente “fervilhar”. “As diferenças já magoam e queremos que toda a gente sinta essas diferenças”, disse.

Garantindo não acreditar “em fatalidades ou factos consumados”, João Teixeira Lopes apresentou hoje, na Faculdade de Arquitectura do Porto, a candidatura à câmara que Rui Rio lidera há dois mandatos. Promete ser a voz das vítimas das desigualdades e das injustiças e dar luta a quem esteja no poder, independentemente daquele que venha a ser o resultado das eleições: “Se for eleito, como vou ser, lutarei pelo Porto. Se não for, lutarei pelo Porto. É o que sempre temos feito”, disse.

Teixeira Lopes recordou a presença do BE em batalhas como a do Parque da Cidade, do Rivoli, do Bolhão, do Aleixo ou da defesa dos direitos cívicos dos arrumadores e dos ciganos do Bacelo, tendo já apresentado um primeiro esboço do futuro programa da candidatura à liderança de uma cidade que, recordou, tem 15 por cento de desempregados e 30 por cento de pobres - e uma “câmara insensível", que partilha com o primeiro-ministro, José Sócrates, “o perfil centralizador, autoritário e arrogante e o sistemático ataque aos mais desprotegidos”.

As prioridades da “candidatura cidadã” - e que promete “fazer todas as perguntas” – passam, assim, pelo combate à crise social, suspendendo os despejos e cedendo habitações devolutas a famílias necessitadas, mas também reavaliando o valor das rendas e apoiando a compra de medicamentos. O BE exige ainda “uma verdadeira política social de habitação, capaz de quebrar o monopólio privado da oferta imobiliária”, promete despoluir o Douro em quatro anos e proibir qualquer construção no Parque da Cidade; compromete-se a “devolver o Teatro Rivoli ao povo do Porto", a modernizar o Mercado do Bolhão de acordo com o projecto de Joaquim Massena e promover aquilo a que Teixeira Lopes chamou “a cidade dos direitos humanos”.

Por fim, o BE propõe-se “democratizar a democracia”, adoptando orçamento participativos, descentralizando competências e transferindo a assembleia municipal para a Biblioteca Almeida Garrett, de modo a aumentar a participação dos munícipes, que actualmente, disse Teixeira Lopes, sofrem “na pele o escárnio e por vezes o insulto dos vereadores e dos deputados municipais desta direita pacóvia”.

A candidatura, refira-se, terá como mandatária a independente Ana Luísa Amaral, poetisa e professora universitária.

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