Sector têxtil pede 250 milhões de euros para pagar despesas

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O fundo devia ser posto à diposição da "indústria através de planos específicos", disse José Robalo Sérgio Azenha (arquivo)

A federação de têxteis portugueses pediu uma disponibilização de 250 milhões de euros para apoiar o sector. José Robalo, presidente da Federação da Indústria Têxtil e do Vestuário de Portugal (FITVEP), pediu por carta ao primeiro-ministro José Sócrates a celebração de um programa especial igual ao do sector automóvel.

O presidente da federação, defende a disponibilização de 250 milhões de euros ligados ao Fundo de Desenvolvimento Empresarial, que há cerca de dez anos compensou a liberalização de mercados através de apoios, que as empresas amortizaram posteriormente a taxas reduzidas.

Segundo disse José Robalo à agência Lusa, que teve acesso à carta enviada a Sócrates, o fundo terá 250 milhões de euros, "que agora deviam ser postos à disposição da indústria através de planos específicos".

Na carta, as três associações subscritoras representam firmas que dão emprego directo a mais de 150 mil pessoas. O documento pede uma audiência urgente a Sócrates. "Seria muito útil ao restabelecimento da confiança que houvesse alguma notícia antes do Natal", aponta a carta da FITVEP.

Uma parte dessas verbas deve servir para "reembolso imediato das despesas efectuadas por associações em substituição das obrigações do Estado", por exemplo, em “acções de internacionalização da indústria", acrescenta a carta.

Há ainda o pedido de um plano de apoio à promoção externa e outro para formação profissional destinada a trabalhadores de empresas em situação de paragem técnica, "resultante da liberalização desregrada", diz na carta.

A FITVEP reivindica ainda planos específicos de regularização de dívidas ao fisco e à Segurança Social, de apoio ao seguro de crédito e ao investimento, "que inclua um fundo especial de apoio ao abate de máquinas em fase de substituição".

A carta, enviada a 04 de Dezembro, foi subscrita pela Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (ANIL), Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção (ANIVEC/APIV) e Associação Nacional das Indústrias de Têxteis-Lar (ANIT-LAR).

Há mais de um ano que o sector reivindica medidas de apoio mas, sublinha José Robalo "não se solicitava então reforço de meios financeiros".

Se desta vez os pedidos não foram atendidos, o presidente da FITVEP teme que "as empresas comecem a fechar e aí vamos ver o que traz mais problemas, se a indústria automóvel ou a indústria têxtil".

"Basta ver o nosso peso nas exportações nacionais", concluiu.

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