Filipinas: atentado no Parlamento tinha por alvo deputado de região muçulmana

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A força da explosão destruiu a entrada sul da Câmara dos Representantes Reuters

A polícia filipina acredita que o alvo do atentado desta tarde no Parlamento, em Manila, era um deputado oriundo de uma região de maioria muçulmana, no sul do país, que acabou por não resistir aos ferimentos sofridos, elevando para dois o número de mortos do ataque.

Wahab Akbar foi eleito pela ilha de Basilan, onde há vários anos o Exército luta contra a guerrilha Abu Sayyaf, que pretende a instauração de um Estado autónomo naquela região de maioria muçulmana. Segundo as autoridades, o deputado tinha já recebido diversas ameaças de morte nos últimos meses.

“Pelo que vimos, acreditamos que o deputado Akbar era o alvo deste ataque”, afirmou Geary Barias, chefe da polícia de Manila, revelando que o carro do deputado estava estacionado no parque junto à entrada sul da Câmara dos Representantes, a câmara baixa do Congresso filipino.

As autoridades estão ainda a investigar a origem da detonação, mas José de Venecia, líder da Câmara dos Representantes, não tem dúvidas que se “tratou de uma bomba ou de um engenho activado à distância”.

A explosão, de forte potência, provocou danos avultado na entrada sul do edifício, destruindo vários carros que se encontravam estacionados no local. O motorista de uma deputada, que aguardava no automóvel a sua chegada, teve morte imediata.

Outras cinco pessoas, incluindo outro parlamentar, ficaram feridos na explosão, registada cerca das 20h00 (12h00 em Lisboa), no momento em que os deputados saíam do hemiciclo.

O líder parlamentar condenou de imediato o “ataque cobarde e indesculpável”, atribuindo-o “a grupos terroristas ou anarquistas” activos no país. Um porta-voz da Presidente Filipina, Gloria Arroyo, revelou que foi dada ordem ao comandante nacional da polícia para supervisionar as investigações a este atentado, o primeiro a visar organismos políticos centrais.

A polícia e o Exército filipinos foram colocados em estado de alerta nas províncias do Norte e do Sul do país, face aos receios de represálias contra a minoria islâmica do país ou novas acções.

O Governo das Filipinas, um país maioritariamente católico, prometeu erradicar o grupo Abu Sayyaf, uma organização com supostas ligações à Al-Qaeda, que nos últimos anos reivindicou dezenas de sequestros e vários assassinatos de políticos na região.

O grupo foi responsável pela explosão a bordo de um navio de passageiros, em 2004, ao largo de Manil, que provocou a morte a uma centena de pessoas, naquele que foi o pior atentado ocorrido no país.

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