Abu Salem e Mónica Bedi extraditados para a Índia

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O cidadão indiano Abu Salem, detido há três anos em Portugal por uso de documentos falsos, foi hoje extraditado para a Índia, onde é suspeito de actividades terroristas, disse à Lusa fonte judicial.

A companheira de Abu Salem, Mónica Bedi, que também se encontrava detida em Portugal, foi igualmente "entregue hoje às autoridades indianas", disse a mesma fonte.

Um comunicado da Polícia Judiciária, que não menciona identidades, indica que a extradição foi "autorizada pelo Tribunal da Relação de Lisboa" e "processou-se com colaboração da Direcção-Geral dos Serviços Prisionais".

Abu Salem foi detido em Lisboa em Setembro de 2002 e condenado a quatro anos e meio de prisão a 28 de Novembro de 2003 pelo Tribunal Criminal da Boa Hora pela prática do crime de uso de documentação falsa de forma continuada, falsificação de identificação e resistência e coacção às autoridades.

As autoridades indianas apontam Abu Salem como o principal suspeito de autoria de um ataque bombista que matou 257 pessoas e feriu mais de mil em Bombaim em 1993, assim como de outros crimes, incluindo homicídios.

Em Fevereiro de 2004, o Tribunal da Relação de Lisboa aprovou a sua extradição para a Índia com o pressuposto e a garantia de que a Índia não o condenaria à morte.

A defesa de Salem recorreu para o Supremo Tribunal de Justiça, que em acórdão de 27 de Janeiro deste ano, concedeu provimento ao pedido de extradição para a União Indiana. Salem recorreu também sem êxito para o Tribunal Constitucional, que em 21 de Julho último tomou decisão favorável à extradição. O suspeito encontrava-se detido em Portugal no Estabelecimento Prisional do Linhó, Sintra.

Também Mónica Bedi, detida em Portugal por uso de documentos falsos no âmbito do mesmo caso, foi alvo de extradição, depois de em Dezembro de 2004 o Supremo Tribunal de Justiça ter rejeitado um recurso da sua defesa contra a sua extradição.

Em Novembro de 2004, o Supremo Tribunal havia também recusado um pedido de "habeas corpus" interposto pela defesa de Mónica Bedi, alegando a ilegalidade da sua detenção. Bedi foi condenada em Portugal a uma pena de dois anos de prisão, por entrada e permanência em território nacional com passaporte falso.

As autoridades indianas reclamaram a extradição de Mónica Bedi com base na utilização de passaporte falso em nome de Sanha Kamal Malli. Apontam ainda à antiga actriz de Bollywood (indústria cinematográfica indiana) a acusação de envolvimento na obtenção ilícita e posterior falsificação de passaportes.

Bedi esteve detida na cadeia feminina de Tires, em Cascais.

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