Espanha: Vento dá tréguas aos bombeiros no combate às chamas em Doñana

Nas últimas horas não foi necessário proceder a novas evacuações. Há grande preocupação em torno do paradeiro de vários linces ibéricos.

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Lusa/EPA/Julian Perez
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O vento, que foi o principal agente de propagação do incêndio que lavra no sul de Espanha e que atingiu as imediações do Parque Nacional de Doñana, deu tréguas esta segunda-feira de manhã. As autoridades espanholas avançam que o sinistro na região de Huelva terá sido provocado por mão humana – seja por negligência, seja por crime.

O fogo, combatido no local por mais de 500 operacionais, tinha levado ao encerramento de estradas, entretanto reabertas, isolando mais de 50 mil pessoas durante o passado fim-de-semana. Centenas de soldados trabalharam durante a noite de domingo para segunda-feira, na tentaiva de controlar o incêndio.

Tanto a presidente do governo regional da Andaluzia, Susana Díaz, como o ministro espanhol do Interior, Juan Ignacio Zoido, deslocaram-se esta segunda-feira para o posto de comando instalado na zona. "Vamos trabalhar até ao limite para descobrir o que aconteceu aqui e o que causou este fogo, vamos exigir que sejam atribuídas as responsabilidades ao máximo", afirma Susana Díaz. Ignacio Zoido, mostrou um "optimismo moderado e razoável". 

O incêndio atingiu uma zona de pinheiros e área agrícola nas imediações do Parque Nacional de Doñana.

Fêmea de lince ibérico morre no incêndio

Entretanto, sabe-se agora que uma das fémeas de lince ibérico do centro de reprodução em cativeiro de El Acebuche, em Doñana, morreu no passado domingo à tarde, depois de ter sido evacuada por causa do fogo. Homer, nome da fêmea de lince, de acordo com jornal El Mundo, morreu devido ao stress resultante da captura e transporte para outro local. 

Foram retirados 9 linces ibéricos adultos (5 machos e 4 fémeas) e 5 crias. Porém, o centro de reprodução avança, em comunicado, que não foi possível resgatar 13 exemplares adultos, cujo paradeiro é até ao momento desconhecido. A fémea que morreu era uma das importantes reprodutoras do programa de protecção de linces ibéricos.

Agricultores recusam atribuição de culpas

Num cenário semelhante ao que ocorre em Portugal, o incêndio deste fim-de-semana gerou uma guerra de atribuição de responsabilidades. Esta segunda-feira, os agricultores e criadores de gado dos arredores de Doñana expressaram a sua "indignação" contra os que referiram que a "agricultura descontrolada" estaria na origem do incêndio.

Num comunicado divulgado pela UPA (União de Pequenos Agricultores e Criadores de Gado), os agricultores afirmam que "em Huelva não há agricultura descontrolada" e que são "os mais interessados" em proteger o seu ambiente, porque dependem dele. "Que ninguém duvide que somos os mais interessados em proteger o nosso ambiente, que é único, e do qual vivemos", concluíram.

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