Brasil: Temer mobiliza Forças Armadas, manifestantes atacam edifícios do Governo

Agrava-se a contestação ao Presidente brasileiro. Esta quarta-feira, edifícios ministeriais foram pilhados e incendiados em Brasília.

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Fogo junto ao Ministério da Agriculura, em Brasília Reuters/PAULO WHITAKER
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O Presidente do Brasil, Michel Temer, ordenou a intervenção das Forças Armadas na zona da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, onde manifestantes atacaram e incendiaram edifícios governamentais esta quarta-feira. Os confrontos ocorreram no final de um protesto que mobilizou milhares de pessoas na capital. O Ministério da Agricultura, o Ministério dos Transportes e o Ministério do Planeamento foram alguns dos edifícios atingidos.

O protesto tinha arrancado de forma pacífica, mas degenerou em violência por volta das 13h30 locais (17h30 em Lisboa), quando os manifestantes tentaram aproximar-se do Congresso. Perante o agravamento dos confrontos, todos os edifícios da Esplanada dos Ministério foram evacuados. De acordo com a Folha de São Paulo, o ministro da Defesa Raul Jungmann classificou os episódios de “vandalismo, desrespeito, agressão e ameaça”. 

Os organizadores do protesto, as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), afirmam que pelo menos 150 mil pessoas saíram às ruas em Brasília. Segundo o jornal Globo, a Polícia Militar brasileira informou que seis dos seus agentes ficaram feridos nos confrontos. 

A manifestação fora inicialmente convocada para contestar as reformas do Governo Temer, mas nos últimos dias a exigência passou a ser também a destituição de Temer, envolto num escândalo de corrupção que atinge praticamente toda a classe política brasileira, e a realização de eleições directas no país.

Cerca das 18h locais, a situação nas ruas de Brasília tinha acalmado. À mesma hora, no entanto, ocorriam confrontos no Rio de Janeiro, também num protesto contra Temer.

Ainda na capital, e no interior do Congresso, após ter sido decretada a intervenção do exército, a confusão instalou-se também entre os deputados, registando-se confrontos entre parlamentares apoiantes e opositores de Temer.

A mobilização do exército é criticada por vários senadores. "Não tem cabimento chamar as Forças Armadas", afirma o senador Randolfe Rodrigues, associando o recurso às práticas da ditadura militar. "O uso das Forças Armadas cabe quando todos os mecanismos policiais de segurança tiverem sido esgotados. Mas não é o caso", acrescentou. Outro senador, Humberto Costa, referiu que "o Presidente da República extrapolou as suas competências e tomou uma decisão que compromete a democracia brasileira".

Entretanto, e perante o agravamento da crise política no Brasil, os partidos que apoiam o actual chefe de Estado começam a preparar-se para o cenário de uma destituição e terão já escolhido os candidatos à Presidência e vice-presidência. Segundo noticia a Folha de São Paulo, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMBD), de Temer, e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) conduzem negociações de bastidores, tendo criado já uma lista de potenciais candidatos. Os favoritos serão Nelson Jobim, do PMBD, e Tasso Jereissati, do PSDB, apontados como candidatos a Presidente e vice-presidente, respectivamente.

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