Se o referendo fosse hoje o "sim" à independência da Escócia sairia vencedor

Sondagem divulgada pelo jornal The Times indica que 40% dos eleitores acredita que haverá nova consulta no prazo de dez anos.

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O "não" venceu o referendo de 18 de Setembro com 55% dos votos Leon Neal/AFP

Passaram apenas seis semanas desde o referendo, mas uma sondagem divulgada neste sábado indica que muitos escoceses estarão já arrependidos de não ter apoiado a independência da Escócia quando, a 18 de Setembro, foram às urnas.

Se a votação se realizasse agora, o “sim” sairia vencedor, com 52%, revela um estudo do YouGov para o jornal The Times realizado junto de mil eleitores. A distância de quatro pontos percentuais para o “não” manter-se-ia caso fossem excluídos os indecisos e os que não planeavam votar, fixando-se nos 49%-45%.

A 18 de Setembro, na votação mais participada da história britânica desde a introdução do sufrágio universal, em 1919, cerca de 55% eleitores votaram a favor da permanência da Escócia no Reino Unido, mas a confortável distância para o “não” (44,7%) não traduz a intensidade de uma campanha de desfecho incerto até ao último minuto.

A sondagem publicada pelo Times revela também que 40% dos inquiridos acredita que, ao contrário do que afirmaram as duas campanhas na recta final antes da votação, haverá um novo referendo sobre o futuro da Escócia no prazo de dez anos – um outro inquérito publicado na sexta-feira indicava que dois terços dos eleitores querem votar novamente e metade deseja que isso aconteça dentro de apenas cinco anos.

No auge da campanha, perante sondagens que apontavam para a vitória do “sim”, os líderes dos três principais partidos britânicos prometeram mais autonomia para Edimburgo, mas o assunto saiu das primeiras páginas e o primeiro-ministro, David Cameron, lançou um balde de água fria sobre as expectativas dos escoceses ao dizer, no dia a seguir ao referendo, que o processo devia avançar em simultâneo com uma reforma política que permitisse a Inglaterra ter mais voz nos seus assuntos.

E o Partido Trabalhista, que se juntou aos conservadores e aos liberais-democratas na campanha pelo “não”, perdeu entretanto a sua líder na Escócia – Johann Lamont demitiu-se em ruptura com o partido em Londres. As últimas sondagens prevêem que o Labour será castigado pelos eleitores nas legislativas de 2015, com o Partido Nacional Escocês (SNP), que liderou a campanha pelo “sim”, a sair vencedor.

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