A Rússia não conseguiu a reeleição para o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, com sede em Genebra.

Foi batida pela Hungria e pela Croácia, na votação dos 193 membros da Assembleia-Geral da ONU que se realizou nesta sexta-feira. A Hungria recebeu 144 votos, a Croácia 114, enquanto a Rússia obteve apenas 112 votos.

No início do mês, a Rússia impôs o seu veto no Conselho de Segurança da ONU a uma resolução apresentada por França que condenava a violência dos bombardeamentos russos em Alepo, já depois do ataque contra o comboio humanitário da ONU. Na altura, o Presidente Vladimir Putin classificou como “retórica” os protestos do Ocidente e as acusações de que a Rússia estaria a cometer “crimes de guerra” na Síria.

Mais recentemente, Zeid Ra'ad al-Hussein, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, considerou como “crimes de proporções históricas” o cerco e os bombardeamentos de Alepo, uma das cidades mais massacradas pela guerra na Síria, num depoimento em vídeo transmitido no Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

A Rússia persistiu, no entanto, no mesmo tipo de acção militar na Síria – o o ataque aéreo, nesta quarta-feira, na província síria de Idlib, contra uma escola em que morreram pelo menos 35 pessoas, a maioria das quais crianças, é exemplo disso. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, condenou o bombardeamento e ordenou a abertura imediata de uma investigação.

Apesar disso, um porta voz do ministro da Defesa russo, Igor Konashenkov, afirmou, citado pela BBC, que as alegações de envolvimento russo eram uma invenção e que um drone do Kremlin tinha passado pela zona no mesmo dia do bombardeamento e que registou o tecto da referida escola ainda intacto.

A Arábia Saudita foi reeleita para o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, e o Iraque entrou neste órgão pela primeira vez.