Primeiro-ministro neozelandês demite-se por motivos pessoais

Sem grandes detalhes, o governante diz que é chegada a hora de passar mais tempo com a família. Em 12 de Dezembro fica oficialmente de fora do Governo.

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John Key apresentou demissão ao fim de três mandatos AFP/-

O primeiro-ministro da Nova Zelândia, John Key, renunciou ao cargo nesta segunda-feira. O também líder do partido nacionalista ocupava o cargo há oito anos e citou razões de ordem familiar para abandonar as funções a meio do mandato.

Nada dava a entender as intenções do político, de 55 anos, que a 12 de Dezembro sairá oficialmente do Governo. À imprensa neozelandesa, Key fez questão de frisar que este tema fora discutido com a sua esposa Bronagh Key e que não recebeu nenhum “ultimato” para deixar o cargo.

Porém, reconhece que “foi uma década de muitas noites solitárias para ela e é o momento certo para ir para casa”. Passar mais tempo com a sua família foi um grande factor na sua decisão de sair, cita o jornal The Guardian.

Nas declarações que proferiu à imprensa disse, ainda, que os filhos – Max e Stephie – sofreram um nível “extraordinário de intrusão” o que o levou a ponderar em não comprometer-se para as próximas eleições. Mas apressou-se a assegurar que votaria no vice-primeiro-ministro, Bill English, caso este avançasse com a candidatura, em Janeiro de 2017.

As reacções à resignação do primeiro-ministro não se fizeram esperar. Andrew Little, líder trabalhista diz que Key “serviu generosamente e com dedicação a Nova Zelândia”.

Metiria Turei, co-líder do partido Verde manifestou o seu apoio a Key através da rede social Twitter. “Eu sempre lutei diariamente contra as políticas de John, mas sempre apoiei o seu direito a ser, primeiro, pai e marido” escreveu.

Por seu sua vez, Malcom Turnbull, primeiro-ministro australiano e um aliado político de Key, assumiu com incredulidade a resignação afirmando que a sua saída seria "uma grande perda para a Nova Zelândia e uma grande perda para o mundo.”

Já o líder da oposição australiana, Bill Shorten, afirma que “Jonh Key tem sido um bom amigo da Austrália”.

Winston Peters, líder do partido da Nova Zelândia Primeiro, a voz dissonante nos elogios a Jonh Key, é mais rígido nos seus comentários e diz que “Key enganou persistentemente a opinião pública acerca do estado da economia e a sua resignação mostrou que ele não conseguiria esconder mais as coisas".

Apesar de algumas crises pelas quais o seu governo passou, a gestão económica do país é vista por Jonh Key como um marco de sucesso: “Poucos países estão na posição financeira em que nos encontramos”, disse, acrescentando que deixa o lugar vago “acreditando que a Nova Zelândia tinha sido bem servida pelo governo” que liderou.

Segundo publicado no jornal The Guardian, Key é amplamente considerado como um dos primeiros-ministros mais populares na história da Nova Zelândia.

Ainda, antes de se iniciar na vida política, Key teve uma carreira de sucesso e fez fortuna enquanto trabalhava no mercado de câmbio. Foi em 2002 que iniciou a sua carreira política enquanto membro do Parlamento pelo partido nacionalista de centro-direita.

Seis anos mais tarde (2008) é eleito pela primeira vez para o cargo de primeiro-ministro. O seu segundo mandato ficou marcado pela devastação provocada pelos sismos de 2010 e 2011, em Christchurch. Mais recentemente, um sismo de 7,1 na escala de Richter colocou em sobressalto as zonas costeiras do país devido a perigo de tsumani.

Em Setembro de 2014, Jonh Key foi eleito para o terceiro mandato, que não vai terminar.

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