Presidência tripartida da UE assinala que competitividade depende de igualdade de género

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“A igualdade de género é a chave para o crescimento e para a competitividade.” Esta foi a “mensagem política” deixada pelo trio de presidências da União Europeia (UE), composto por Alemanha, Portugal e Eslovénia, na declaração conjunta sobre a igualdade de género no contexto da Estratégia de Lisboa.

A declaração foi assinada hoje, na sequência da reunião informal de ministros da Igualdade e de uma conferência de peritos. Ambas debateram as políticas europeias para a empregabilidade – igualdade salarial e de oportunidades –, o empreendedorismo – incentivos à iniciativa das mulheres e eliminação de obstáculos – e a conciliação da vida pessoal, familiar e profissional – mais apoios para a família, as crianças e os idosos. “É preciso valorizar a igualdade de género neste novo ciclo de desenvolvimento da Estratégia de Lisboa”, disse o ministro da Presidência português e anfitrião da reunião, Pedro Silva Pereira.

O comissário europeu Vladimír Špidla recordou que apenas “um número diminuto” de mulheres lideram empresas, apesar de haver estudos que indicam que, quando tal acontece, essas empresas “são dez por cento mais eficazes e rentáveis”. Apesar disso, a banca continua a discriminar, ainda que indirectamente, em função do sexo. “Para uma mulher, é mais complicado obter crédito do que para um homem, o que pesa na capacidade de criar negócios ou investir”, reconheceu o comissário, concluindo: “Uma sociedade que desperdiça os seus recursos humanos não tem qualquer hipótese de ser competitiva no futuro.”

A nível europeu, “tem havido progressos” – dos oito milhões de empregos criados na UE desde 2000, seis milhões foram ocupados por mulheres –, mas “ainda há muito a fazer” e muitas diferenças entre Estados-membros – “uns mais evoluídos, outros mais atrasados”, referiu Silva Pereira. Por isso, o trio recomenda uma maior, e melhor, utilização, pelos Estados-membros, dos fundos estruturais europeus para promover políticas de igualdade. A preocupação não deve ser apenas atingir as metas fixadas “quantitativamente”, mas criar “qualidade no emprego”, realçou Silva Pereira, alertando que as mulheres ainda são “as principais vítimas da precariedade laboral e da discriminação salarial”.

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