Partido Libertário quer aliciar descontentes com Trump e Clinton

Terceiro maior partido dos EUA em número de militantes nomeou dois ex-governadores do Partido Republicano para a corrida à Casa Branca.

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O candidato a Presidente Gary Johnson, antigo governador do Novo México pelo Partido Republicano Kevin Kolczynski/Reuters

No meio do ruído provocado pelas batalhas entre Donald Trump, Hillary Clinton e Bernie Sanders, o terceiro maior partido dos EUA, o Partido Libertário, escolheu no fim-de-semana os seus dois candidatos à Casa Branca. Gary Johnson e William Weld sabem que não têm hipóteses de vencer, mas esperam ganhar o apoio de quem se recusa a ter de escolher entre Donald Trump e Hillary Clinton e vê em Bernie Sanders uma vítima do sistema eleitoral das primárias.

Formado em 1971, o Partido Libertário tem pouca implantação nos EUA e é estranho para quem o vê a partir da Europa – em termos genéricos, os seus líderes e militantes defendem uma intervenção do Estado reduzida ao mínimo, tanto na economia como na vida privada; uma mistura do eleitor do Partido Republicano mais conservador em termos fiscais e do eleitor do Partido Democrata mais liberal em termos sociais.

OS EUA são um país pequeno de mais para três partidos

"Basicamente, tentamos manter os Democratas longe das nossas carteiras e os Republicanos fora dos nossos quartos", resumiu ao New York Times o líder da juventude do partido, Trent Somes.

O Partido Libertário tem pouco mais de 400 mil inscritos, mas em 2012 ultrapassou pela primeira vez na sua história a barreira de um milhão de votos, com o antigo governador do Novo México pelo Partido Republicano Gary Johnson como candidato a Presidente. Este ano o partido voltou a nomear Johnson e escolheu como seu parceiro William Weld, outro antigo governador do Partido Republicano, do Massachusetts.

Weld é acusado pela ala mais radical de ser apenas um republicano de passagem pelo Partido Libertário, mas o seu nome pode abrir portas a cheques de alguns doadores habituais do Partido Republicano descontentes com Donald Trump. Se esse apoio chegar, e se as sondagens derem pelo menos 15% ao Partido Libertário, Gary Johnson poderá participar nos debates com os nomeados pelo Partido Republicano e pelo Partido Democrata – algo que não acontece a um terceiro candidato desde 1992, quando Ross Perot concorreu como independente.

Com a dupla de candidatos mais experiente de sempre, o Partido Libertário espera ter ainda mais votos do que em 2012 e servir de desmancha-prazeres aos favoritos em alguns estados. O sonho, quase impossível de realizar, é fazer algo que os EUA já não vêem desde 1968, quando George Wallace se candidatou pelo Partido Americano Independente – vencer pelo menos num estado nas eleições gerais.

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