ONU reclama ajuda internacional urgente para o Haiti

Devastado pelo furação Matthew, país enfrenta agora a ameaça de uma nova epidemia de cólera.

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O Haiti foi fortemente afectado pelo furacão Mathew Reuters/CARLOS GARCIA RAWLINS
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A comunidade internacional precisa de se mobilizar em força para ajudar o Haiti devastado pelo furacão Matthew, apelou segunda-feira o secretário-geral das Organização das Nações Unidas (ONU), Ban-Ki-moon.

Pelo menos 1,4 milhões de pessoas precisam urgentemente de assistência, mais de 300 escolas foram destruídas e as culturas e as reservas alimentares do país ficaram inutilizadas. E “algumas cidades e vilas praticamente desapareceram do mapa”, descreveu aquele responsável aos repórteres das agências internacionais, para acrescentar que “a tensão tem vindo a aumentar” entre os haitianos que aguardam por ajuda.

As Nações Unidas dizem precisar de reunir pelo menos 119 milhões de dólares (106 milhões de euros) nos próximos três meses para assegurar a assistência às cerca de 750 mil pessoas que se concentram nas zonas mais devastadas pelo furação. O dinheiro servirá para garantir comida, água potável e abrigo aos mais vulneráveis entre os 1,4 milhões de haitianos afectados.

O furacão Matthew, o mais destrutivo em quase uma década naquela zona, avançou sobre o Haiti a uma velocidade superior a 233 quilómetros por hora, com chuva e ventos muito fortes a destruir tudo à sua passagem. As estimativas apontam para a morte de cerca de mil pessoas, segundo a Reuters, naquele que já era o país mais pobre daquela zona do globo.

Após a tempestade, a cólera avançou sobre a zona e já matou algumas dezenas de pessoas. A cólera causa diarreia severa e mata em apenas algumas horas, se não for tratada. Espalha-se por via da água contaminada e tem um período de incubação muito curto. A epidemia foi acidentalmente introduzida naquele território por membros das forças de manutenção de paz das Nações Unidas, após o terramoto de 2010, que deixou um rasto de cerca de 200 mil mortos. O surto afectou desde então milhares de pessoas e matou cerca de nove mil, segundo a Reuters.

A ONU não assumiu oficialmente a responsabilidade, mas Ban-Ki-moon lamentou o sucedido e lembrou que o mundo inteiro tem a “responsabilidade moral” de ajudar aquela população. Aquele responsável prometeu uma nova abordagem para combater a epidemia no Haiti ainda durante este mês de Outubro, a qual passa por garantir água potável e as necessárias medidas sanitárias e de saúde.

Formado ao largo da Venezuela, o furação Matthew atravessou o mar das Caraíbas e afectou a Colômbia, a Jamaica, Cuba, a República Dominicana (quatro mortos), as Bahamas e, por fim, os Estados Unidos (pelo menos vinte mortos). Começou a retroceder no domingo. 

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