Nicolás Maduro vai discursar no Conselho dos Direitos Humanos da ONU

A organização emitiu há dias um relatório que fala em detenção arbitrária de opositores e tortura nas prisões. E o alto comissário Zeid al-Hussein disse que "a vida da democracia na Venezuela está por um fio".

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Manifestação pela libertação dos presos políticos no dia 30 de Agosto em Caracas Reuters

O Presidente Nicolás Maduro, acusado de atropelar os direitos humanos e a democracia na Venezuela, vai discursar na sessão de abertura da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, que começa a 11 de Setembro e dura três semanas.

O Governo de Maduro foi criticado pela ONU, por Washington e por outros governos por ter anulado o papel do parlamento onde a oposição tinha a maioria, por ter enviado para a prisão centenas de opositores e por ter impedido a entrada de ajuda humanitária para aliviar a grave crise económica.

"Recebemos hoje uma nota verbal a dizer que ele virá", disse o porta-voz da Comissão de Direiros Humanos, Rolando Gomez. "Falará na sessão de abertura".

Maduro falará pouco depois do alto comissário para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, que na semana passada disse que "a vida da democracia na Venezuela está por um fio".

Um relatório de 30 de Agosto da Comissão a que Zeid al-Hussein preside denuncia que as forças de segurança venezuelanas cometeram extensas e deliberadas violações de direitos humanos na repressão de meses de protestos anti-Governo.

No relatório exigia-se a Nicolás Maduro que libertasse os manifestantes detidos arbitrariamente e que parasse de recorrer aos tribunais militares para julgar civis.

A Venezuela não autoriza funcionários da ONU a realizarem missões de verificação no seu território desde 1996. A ONU diz dos 5341 detidos nas manifestações desde Abril, 882 ainda estão presos. Os detidos são submetidos a maus tratos, tendo alguns sido torturados, diz o relatório redigido a partir de testemunhos.

Maduro vai ao Conselho dois anos depois de ali ter feito outro discurso, de 45 minutos, em que elogiou as políticas socialistas da Venezuela e denunciou o "assédio dos poderes imperialistas dos Estados Unidos".

Na sede do Conselho, em Genebra, uma fonte da Venezuela disse que não podia confirmar a viagem de Maduro à Europa.

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