António Mascarenhas Monteiro, o primeiro Presidente da República de Cabo Verde eleito por voto directo e universal, em Fevereiro de 1991, morreu nesta sexta-feira, aos 72 anos, na cidade da Praia, vítima de doença prolongada.

A campanha para as eleições presidenciais de 2 de Outubro, que tinha acabado de começar, foi suspensa. O Governo decretou dois dias de luto nacional pela morte de Mascarenhas Monteiro, jurista e magistrado, natural de Santa Catarina de Santiago. Substituiu na presidência Aristides Pereira, do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), dirigia o país desde 1975. Governou até 2001.

O Movimento para a Democracia (MpD, liberal), partido pelo qual Mascarenhas Monteiro foi eleito, está neste momento no poder e o PAICV (socialista, antigo partido único) não apresenta candidato a estas eleições, depois de ter sido derrotado nas legislativas de 20 e Março e nas municipais de 5 de Setembro.

O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a morte do antigo chefe de Estado de Cabo Verde, considerando que Portugal perdeu “um bom amigo”.

“Os meus pensamentos muito sentidos estão com a família do Presidente Mascarenhas Monteiro e, de modo geral, com todo o povo cabo-verdiano, em solidariedade fraterna neste momento de pesar. Portugal perdeu hoje um bom amigo e eu perdi um amigo pessoal de há muitos anos, com quem partilhei momentos que recordo com muita saudade”, diz uma nota do chefe de Estado divulgada na página Internet da Presidência.

Marcelo afirma que tomou conhecimento da morte de António Mascarenhas Monteiro com “grande consternação” e endereçou em seu nome e “no de todos os portugueses” condolências ao Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, à família do falecido e a todos os cabo-verdianos.