Juiz espanhol iliba mãe que deu estalo ao filho de 11 anos: foi "justificado"

O magistrado terá ficado surpreendido perante a atitude da criança, alegando que esta sofre de "síndrome de imperador".

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Criança demonstra “falta de apreço pela autoridade materna”, disse juiz Joana Bourgard

O relato foi ouvido no Tribunal Penal 2 da Corunha, em Espanha. Uma criança de 11 anos levou a cabo uma acção judicial contra a sua mãe por esta lhe ter batido, noticia o El Mundo. O juiz ilibou a mulher, dizendo tratar-se de um acto “justificado”.

De acordo com o que foi ouvido durante julgamento e relatado por aquele jornal espanhol, a mulher terá dado um estalo ao filho depois de este se ter recusado a preparar o pequeno-almoço e de lhe ter atirado o telemóvel.

Em discussão entraram também casos anteriores, sobre os quais a criança alegou ter sido magoada fisicamente pela mãe. Arranhões e outros ferimentos terão levado a criança a necessitar de assistência médica, escreve o El Mundo.

No entanto, “os actos foram pontuais e tiveram a provocação do menor”, que demonstra “falta de apreço pela autoridade materna”. Foi assim que o juiz José Antonio Vázquez Taín, surpreendido com o caso, respondeu à denúncia da criança sobre a sua progenitora.

Além de uma pena de 35 dias de trabalho comunitário, o Ministério Público exigiu que fosse negado à mãe o direito de comunicar com o filho, sobre o qual deveria manter uma distância mínima de 50 metros durante seis meses. A acusação pretendia ainda que a mulher fosse impedida de transportar armas.

O menor alegou legitimidade perante as suas acções, dizendo que “estava a ouvir música no seu novo telemóvel topo de gama” e que não queria ser incomodado. A resposta não agradou ao juiz, que aproveitou a ocasião para lembrar à criança da “sorte” que este tinha em sequer ter acesso àquele tipo de tecnologia, “cujo preço iguala o rendimento com que mais de 50% da população espanhola é obrigada a viver mensalmente”.

O juiz propôs, em tribunal, que o comportamento da criança fosse seguido por especialistas para uma “correcção imediata”, evitando que as suas atitudes afectem terceiros. Ainda de acordo com José Antonio Taín, a denúncia demonstra a necessidade de autoridade da criança perante a figura materna e prova que o menor sofre de “síndrome de imperador”.

Os designados “filhos imperadores” são crianças resistentes às ordens dos seus progenitores e outros responsáveis, podendo adoptar comportamentos violentos sobre os mesmos.

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