Médicos confirmam “grande progresso” na recuperação da congressista Gabrielle Giffords

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Gabrielle Giffords já foi capaz de mover os braços e as pernas Eric Thayer/REUTERS

Uma semana depois de ter sido atingida a tiro na cabeça, durante um evento informal com os residentes do seu distrito eleitoral de Tucson, a congressista democrata do Arizona Gabrielle Giffords, já foi capaz de mover os braços e as pernas, de responder a alguns comandos simples e, espaçadamente mas com maior frequência, de abrir os olhos.

No sábado, a congressista, que permanece internada na unidade de cuidados intensivos com diagnóstico reservado, foi submetida a uma traqueotomia, de forma a remover o tubo que a ligava a um ventilador. Giffords já respirava sozinha, mas mantinha-se ligada ao ventilador por precaução.

O procedimento foi classificado pela equipa médica do Centro Médico Universitário de Tucson como um “grande progresso” na recuperação da congressista – e que ainda vai durar muitos meses. A remoção do tubo ventilador permitirá, por exemplo, aferir a capacidade de Gabrielle para falar, e por conseguinte avaliar o seu estado cognitivo.

Giffords foi atingida por uma única bala, que lhe atravessou o crânio da zona da nuca até sobrolho, cruzando o lado esquerdo do cérebro. A congressista estava rodeada de pessoas, no parque de estacionamento de um centro comercial suburbano, onde tinha marcado um evento “O Congresso na sua Esquina”, para contactar os residentes do distrito que representava em Washington.

No ataque, com uma arma semi-automática, foram atingidas 20 pessoas. Seis morreram e catorze ficaram gravemente feridas. O autor dos disparos, Jared Lee Loughner, que foi preso e acusado de vários crimes de homicídio e de tentativa de assassínio político, teria especificamente na mira a congressista democrata, de 40 anos.

Este fim-de-semana, a polícia ofereceu uma reconstituição dos movimentos de Jared Lee Loughner, de 22 anos, no dia do crime. E as acções parecem confirmar a sua tese de que se tratou de um ataque premeditado, cuidadosamente planeado com atenção a todos os detalhes – e não a obra de um jovem indisciplinado, instável, errático e delirante, como Loughner é caracterizado pelos amigos.

Segundo as autoridades, Jared Loughner começou a pôr o plano em marcha logo nos primeiros minutos do dia 8 de Janeiro. Meia hora depois da meia-noite, o jovem alugou um quarto num motel da cidade, onde se dedicou a ultimar os últimos retoques do plano.

Loughner saiu várias vezes do quarto: comprou mais um cartucho de munições para a sua pistola semi-automática Glock 19 (que adquirira legalmente numa loja de artigos desportivos de Tucson, em Novembro de 2010); foi levantar fotografias que mandara imprimir na noite de sexta-feira, dia 7 (as imagens estão agora na posse do FBI).

De volta ao motel publicou a sua última mensagem na rede social MySpace, com o título “Adeus amigos”, às 4h21 da madrugada. Às 7h30, Loughner foi parado no trânsito por um agente do Departamento de Caça e Pesca do Arizona que o viu passar um sinal vermelho.

O atirador dirigiu-se depois para casa dos pais, onde vivia, e foi confrontado pelo pai, com quem mantinha uma má relação, que quis saber o que ele andava a transportar num saco preto novo que escondera no porta-bagagens. A discussão fez Jared fugir de casa: a polícia recupera-lher o rasto às 9h41, quando apanhou um táxi até ao centro comercial onde se realizava o evento da congressista.

As câmaras de segurança do local mostram Jared com o condutor do táxi num supermercado, para trocar uma nota de 20. O jovem manteve-se à porta do estabelecimento, dando voltas junto dos pilares mais próximos da zona onde a congressista se instalara. Às 10 horas e 10 minutos, avançou.

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