Dilma na vitória: "Sim, a mulher pode"

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Dilma Rousseff Reuters

Nas suas primeiras palavras como presidente eleita do Brasil, Dilma falou para dentro e para fora. Garantiu liberdade de imprensa e estabilidade económica. "Sim, a mulher pode".

Dilma começou por sublinhar a circunstância de ser a primeira mulher eleita Presidente: “Registo o meu primeiro compromisso: honrar as mulheres brasileiras para que este facto até hoje inédito se torne natural e replicar empresas instituições civis e instituições da nossa sociedade”. Assim, “gostava que pais e mães das meninas pudessem olhar nos seus olhos e dizer: ‘Sim, a mulher pode’.”

"A minha alegria é ainda maior pela presença se dar pelo caminho do voto. Outro compromisso: valorizar democracia: direito de expressão até direitos básicos alimentação, renda, moradia, paz social. Eu vou zelar pela mais ampla e irrestrita liberdade imprensa, liberdade religiosa e de culto". E finalmente, “pela Constituição”.

A nova Presidente refere-se depois à “incrível capacidade de empreender" do povo brasileiro. Por isso repete um objectivo: “Erradicação da miséria e criação de oportunidades.” Mas não apenas pela “vontade do Governo” – “é um chamado à nação”: patrões, empregados, igreja, imprensa, “todas as pessoas de bem deste país”. O Brasil, continuou, “é uma terra generosa e sempre devolverá em dobro cada semente que for plantada com mão amorosa e olhar para o futuro.”

Menciona a conquista do Governo Lula, uma “imensa mobilidade social”, homem de “genialidade”. Diz que a alegria pela sua vitória traz também tristeza pela despedida de Lula. E emociona-se. "Saberei horar esse legado."

Estabilidade económica

Dilma sublinha ainda a necessidade do Brasil ter a própria poupança numa altura em que o mundo está numa crise financeira de grandes proporções. Mas diz que o país “não está fechado ao mundo”. E pede regras mais claras para os mercados de financiamento evitando a especulação. “Cuidaremos da nossa economia com toda a responsabilidade”, garante. “O povo não aceita mais inflação. Não aceita que Governos gastem acima do sustentável.”


“Faremos todos os esforços pela melhoria da qualidade do gasto público”, disse. Mas recusou cortes em benefícios sociais e bens essenciais. E reafirmou “respeito pela estabilidade económica e respeito pelos contratos firmados.”

Um casaco branco

Quanto a promessas, elas incidiram sobre áreas em que o Brasil está pior: Dilma prometeu “melhoria na educação, serviços de saúde e segurança pública”. Prometeu ainda “transparência na administração pública” e tolerância zero com gastos indevidos e corrupção. “Serei Presidenta de todos os brasileiros e brasileiras”, assegurou Dilma Rousseff, garantindo respeitar todos independentemente de opiniões políticas ou religiosas ou outras diferenças.


Dilma, eleita com o apoio do Presidente Lula da Silva, passou a campanha toda vestida com pelo menos uma peça vermelha, a cor do PT. Hoje estava com um casaco branco: uma cor que é a junção de todas as outras, sublinharam os comentadores.

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