Ben Carson aceitou nesta segunda-feira o cargo de secretário da Habitação e Desenvolvimento Urbano oferecido pelo Presidente eleito dos EUA, Donald Trump. O convite surgiu no final de Novembro e, à data, um porta-voz do cirurgião e candidato às primárias do Partido Republicano informou que Carson iria “ponderar” o convite.

A hesitação, escreve a Reuters, assentava na falta de experiência de governação, apesar de se ter candidato às primárias republicanas. Num comunicado partilhado no seu Facebook, Donald Trump elogiou “o neurocirurgião de renome”. “Ben Carson tem uma mente brilhante e é apaixonado por fortalecer comunidades e famílias dentro dessas comunidades”, prossegue Trump.

Ainda em 2015, Carson, colunista no Washington Times, criticou a estratégia da Administração Obama sobre a política de habitação pensada para diminuir a segregação racial. Para Carson, a resolução do problema era uma “utopia” e a estratégia da Administração Obama só iria acentuar a distinção racial.

Durante a campanha, as declarações polémicas (e falsas) sobre as pirâmides egípcias foram alvo de críticas por parte dos seus adversários políticos. Para Carson, as pirâmides foram construídas por José, filho de Jacó, para armazenar cereais. Numa compilação com algumas das declarações controversas, o mais recente nomeado para a Administração Trump defende que a homossexualidade é uma escolha, que o islão é inconstitucional ou que a Teoria da Evolução de Darwin foi “incentivada pelo Diabo” ou ainda que “o Obamacare foi a pior coisa que aconteceu aos EUA desde a escravatura”.

À nota partilhada por Trump, a equipa do Presidente eleito adicionou dados biográficos de Ben Carson, que “ultrapassou uma juventude problemática no seio da cidade de Detroit”.

Ora, foi a essa juventude problemática que Trump recorreu no final de 2015, quando questionou a estabilidade mental de Carson, depois de o cirurgião ter afirmado que, em criança, atacou a mãe com um martelo e tentou esfaquear um rapaz.