Sessão do impeachment já é a mais longa de sempre: 43 horas
A discussão sobre a destituição de Dilma Rousseff da Presidência do Brasil é já a mais longa dos últimos 25 anos na Câmara de Deputados brasileira.
São já oito sessões contínuas (sessões consecutivas cujo intervalo não ultrapasse uma hora) que se estendem desde a passada sexta-feira, dia 15, e que deverão ter um ponto final este domingo. A razão para a demora está no processo: cada um dos 25 partidos com representação na Câmara de Deputados, em Brasília, tem direito a uma hora para apresentar a sua posição, e além destes há ainda depoimentos de outros intervenientes na sessão, como o jurista Miguel Reale Jr., um dos promotores do pedido de destituição. Até agora, já foram contabilizados 300 discursos, um recorde na história da Câmara brasileira. De acordo com o portal de notícias brasileiro UOL, muitos assessores parlamentares e funcionários receberam mesmo indicações para levarem colchões e pernoitarem no local para "sobreviverem" às sessões.
O deputado federal Rogério Peninha, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB/SC), favorável à destituição, partilhou no Twitter: "Foram mais de 40 horas de debate, na sessão mais longa que esta Casa já viu." A oitava e última sessão estendeu-se pela madrugada e os trabalhos deverão ser retomados às 14h em Brasília (por volta das 18h00 em Portugal Continental).
Foram mais de 40 horas de debate, na sessão mais longa que esta Casa já viu. Está encerrada a discussão. Daqui a... https://t.co/gTGOcJYRzU
— Deputado Peninha (@deputadopeninha) 17 de abril de 2016
Seja qual for o resultado da votação de hoje na Câmara dos Deputados sobre o impeachment, o Brasil vai acordar no dia seguinte com Dilma Rousseff ainda na Presidência. Cabe à Câmara dos Deputados autorizar, ou não, a abertura de processo de destituição contra a Presidente, uma decisão dependente de 342 votos favoráveis, dois terços da Câmara. Em caso de aprovação, a Câmara autoriza a instauração do processo de afastamento de Dilma Rousseff, que seguirá depois para o Senado, responsável por arquivar ou dar continuidade ao processo e, numa segunda etapa, julgar a presidente.
A sessão mais longa da Câmara dos Deputados até aqui datava de 2013, no primeiro mandato da presidente Dilma, com 41 horas.