Clone do freixo mais famoso do país vai para os Jardins do Palácio de Belém

Investigadores conseguiram cinco clones da árvore de mais de 500 anos que deu o nome a Freixo de Espada à Cinta.

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Os restantes clones do freixo vão ser plantados em vários pontos do concelho e do país Manuel Roberto

O Freixo de Duarte d'Armas plantado em Freixo de Espada à Cinta "deu à luz " os seus primeiros cinco clones, dos quais o exemplar "número um" será entregue à Presidência da República, para ser plantado nos jardins do Palácio de Belém, indicou esta quinta-feira fonte do município.

"Tive ocasião de referir ao senhor Presidente da República, por questões de simbolismo, que o clone número um será formalmente oferecido à Presidência da República", indicou à Lusa a presidente da câmara de Freixo de Espada à Cinta, Maria do Céu Quintas. Segundo a autarca, o gesto foi de imediato aceite por Marcelo Rebelo de Sousa, que referiu que as portas dos jardins do Palácio de Belém estão abertas para receber o clone do Freixo de Duarte d´Armas. "Vamos determinar, em consonância com a disponibilidade do senhor Presidente da República, a data em que esta oferta, de grande significado para a história e cultura de Freixo de Espada à Cinta, se irá concretizar", enfatizou a autarca.

Os clones são provenientes da "lendária" árvore que tem mais de 500 anos e que emprestou o nome à vila transmontana. Segundo o investigador da UTAD Luís Martins, foram feitas mais de 900 tentativas nos últimos dois anos para assegurar os primeiros cinco clones do Freixo d' Duarte de Armas, já que clonagem foi feita através de raízes novas, que nasceram após o inicio do processo de recuperação do freixo. "Não foi um processo simples devido à própria idade da árvore. Estimamos que o Freixo de Duarte d' Armas tenha entre 540 a 550 anos", enfatizou o investigador.

O trabalho de clonagem está ser desenvolvido há cerca de dois através de uma parceria de investigação entre a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF). "Os trabalhos de clonagem por estacaria estão decorrer no viveiro florestal de Amarante (Porto), onde há condições técnicas para este tipo de ação, para depois os 'filhos pródigos' do Freixo de Duarte d' Armas serem plantados um pouco por todo o país, e em diversos pontos do concelho de Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança", indicou o técnico.

O Freixo de Duarte d'Armas é uma árvore viva, após "tantos anos", e que pode ajudar a promover turisticamente o concelho de Freixo de Espada à Cinta. Para os investigadores, a árvore já se encontra decrépita e por esse motivo foi efetuado um enraizamento de estacas, que estão a ser clonadas.

A Universidade do Algarve está a desenvolver a pesquisa histórica sobre a árvore, em bibliotecas nacionais, como a Torre do Tombo, procurando lendas associadas ao freixo. O conjunto de conteúdos será divulgado num página da Internet e num painel interativo a colocar junto à árvore centenária. Duarte d'Armas foi quem representou cartograficamente, a mando do rei Manuel I, o mapa de 56 castelos fronteiriços de Portugal, entre 1509 e 1510.

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