Desenhar a Grécia deserta em tempos de pandemia

O urban sketcher Hugo Costa continua a repetir os passos do arquitecto Louis Kahn — e encontrou um país sem turistas, sem multidões e sem filas. "Não me senti turista".

 

Hugo Costa
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Louis Kahn. O arquitecto (1901-1974) continua a ser o melhor pretexto para Hugo Costa fazer as malas e viajar. "Percorrer os mesmos espaços que ele percorreu", diz o urban sketcher português que se propôs repetir os desenhos compilados no livro The Paintings and Sketches of Louis I. Kahn e que nos últimos anos já foi "à boleia" do "mestre dos mestres" pelo sul de Itália e por cidades como Los Angeles, Nova Iorque e Filadélfia.

Nas últimas férias de Agosto, pegou na família e aproveitou para dar um grande avanço nos desenhos que o norte-americano fez na Grécia em 1951. "Foram três semanas", recorda à Fugas Hugo Costa, que não se deixou intimidar pela covid-19. "Foi mais positivo do que negativo", diz. "Permitiu-nos visitar espaços que normalmente estão a abarrotar de gente". Sem filas nos restaurantes, sem autocarros de turistas ("praticamente só nos relacionámos com gregos") e com preços "relativamente mais baixos", Hugo considera que esta é não só uma "boa altura para visitar a Grécia", como também para a desenhar.

"Não me senti turista", resume o português que vive e trabalha na cidade espanhola de Valência. "Chegámos a visitar monumentos que tinham apenas uma pessoa na fila", conta. Nem turistas, nem guias turísticos. Menos filas e mais tempo para desenhar. O que começou por ser um projecto pessoal, está em vias de ser "um projecto de investigação". "Levei as coisas mais a sério", diz Hugo Costa, que para além de desenhar, deu por si a filmar, fotografar e tirar notas — o chão que Kahn pisou e a Grécia em redor.

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