Títulos da Impresa disparam com especulação sobre interesse da Nos

Acções da dona da SIC subiram 12,71%, para 0,2040 euros.

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Os rumores foram alimentados pelas declarações do presidente da operadora de telecomunicações, Miguel Almeida, ao Expresso Daniel Rocha

As acções da Impresa dispararam em flecha com a especulação em torno de uma hipotética operação de aquisição pela Nos. Os rumores foram alimentados pelas declarações do presidente da operadora de telecomunicações ao Expresso (do grupo Impresa) no fim-de-semana, assumindo que, se a Altice avançar para a compra da TVI, "haverá guerra”.

As declarações de Miguel Almeida foram interpretadas pelo mercado como sendo uma declaração de interesse pela Impresa, que é dona da SIC. Com isto, as acções do grupo de media liderado por Francisco Balsemão (que são títulos com muito pouca liquidez) subiram 12,71%, para 0,2040 euros.

Os rumores do interesse da Altice na TVI também têm crescido nas últimas semanas, intensificados pela pressão do novo accionista da Prisa (dona da estação de Queluz) para vender activos. Fonte oficial do grupo liderado por Patrick Drahi, que por diversas vezes admitiu o interesse em entrar no negócio dos media em Portugal (à semelhança do que já acontece em França, por exemplo), tem recusado comentar o que considera serem “rumores de mercado”.

Ainda que Miguel Almeida não tenha chegado a falar na Impresa na entrevista que deu ao Expresso, frisou que os clientes da Nos não deixarão de ter acesso aos melhores conteúdos se a Altice avançar para a TVI.

“Se se confirmar que a Altice compra a TVI, e se os reguladores não fizerem nada, aceitando essa aquisição, haverá guerra, defenderemos os interesses dos nossos clientes”, disse o gestor ao semanário, estabelecendo o paralelismo com o negócio dos direitos televisivos (Miguel Almeida diz que a Nos só entrou em negociações exclusivas com o Benfica em reacção a um movimento da Altice nesse sentido).

Foi o suficiente para o Haitong Bank vir, numa nota de research divulgada nesta segunda-feira e citada pela imprensa económica, considerar que “é evidente que a Nos consideraria adquirir o outro grupo de media", neste caso a dona da SIC, “para ter o mesmo poder de negociação”, o que fez disparar a cotação do grupo de Balsemão.

Tendo em conta a cotação actual, a Impresa vale em bolsa cerca de 32 milhões de euros e tinha, em Setembro, uma dívida líquida de aproximadamente 200 milhões de euros.

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