Receitas da PT Portugal caem para 578 milhões em Setembro

Lucro operacional do grupo Altice sobe 8,3%, para 2326 milhões, mas receitas estagnam.

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A PT Portugal é presidida por Paulo Neves Nuno Ferreira Santos

O contributo da PT Portugal para as receitas do grupo Altice diminuiu em quatro milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, face ao período homólogo, para 578 milhões, revelou a empresa nesta quinta-feira.

A Altice prefere destacar, no entanto, aquilo que define como as receitas do negócio de telecomunicações em Portugal, que se mantiveram estagnadas nos 584 milhões de euros em Setembro. Esta métrica considera, por exemplo, transacções de roaming que são efectuadas por clientes em Portugal e facturadas pela operadora francesa SFR e que, depois, acabam por ser expurgadas da análise consolidada no que se refere à PT Portugal. No total, segundo a Altice, foram descontados sete milhões de euros.

Excluindo os efeitos regulatórios – como os cortes nas tarifas de terminações móveis impostas pela Anacom – o volume de negócios em Portugal até Setembro teria crescido 1,2%, diz a empresa liderada por Patrick Drahi. Uma evolução que não se verificava desde o quarto trimestre de 2008. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) teve uma ligeira melhoria para 266 milhões, com a margem EBITDA a subir de 45,5%, para 46,1%.

“O regresso do Meo ao crescimento pela primeira vez desde 2008 permite-nos continuar a investir para garantir a cobertura total do país com uma rede de fibra até 2020”, frisa a Altice. A empresa investiu mais 32  milhões de euros na comparação com Setembro de 2015, num total aproximado de 100 milhões de euros.

Segundo o comunicado, no final de Setembro a PT tinha um total de 4,905 milhões de casas cobertas com fibra e um total de 1,308 milhões de serviços vendidos nesta rede (mais 168 mil face ao homólogo). A empresa conseguiu mais 21 mil clientes de fibra no terceiro trimestre e outros 9 mil clientes no móvel pós-pago no mesmo período. A receita média mensal por cliente na fibra diminuiu de 40,1 euros em 2015, para 39 euros em 2016, à semelhança do que aconteceu no móvel, em que a receita caiu de 7,4 para 7,1 euros.

De acordo com o comunicado, na comparação com o terceiro trimestre de 2015, os únicos segmentos que registaram aumentos foram as receitas grossistas (que são, por exemplo, aquelas que a PT Portugal cobra a terceiros pela utilização das suas infra-estruturas), que passaram de 71 para 82 milhões de euros, e as receitas do móvel no segmento de particulares, que subiram de 151 para 152 milhões de euros.

A nível consolidado, o grupo liderado por Drahi, mas com participação do português Armando Pereira, surpreendeu o mercado com um EBITDA de 2326 milhões de euros (segundo a Reuters, os analistas estimavam um valor próximo dos 2270 milhões de euros) graças ao contributo das operações norte-americanas (Suddenlink e Cablevision).

Ainda assim, as receitas estagnaram nos 5889 milhões de euros, com uma queda de 2,4% em França, para 2802 milhões, embora o EBITDA da operação francesa tenha melhorado uns ligeiros 0,6%, para 1040 milhões de euros.

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