Investidores estrangeiros devem apostar no imobiliário português em 2014

O volume total de negócios do sector aproximou-se dos 230 milhões de euros, uma subida superior a 60% em relação ao mesmo período de 2012.

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Desempenho do imobiliário é menos mau do que o dos concorrentes directos fernando veludo/nfactos

Os investidores estrangeiros deverão voltar a apostar no mercado imobiliário português em 2014, depois de o valor dos activos comerciais transaccionados no primeiro semestre deste ano ter triplicado em relação ao período homólogo de 2012, segundo a Cushman & Wakefield.

“É muito claro um deslocar do interesse dos grandes investidores estrangeiros para a periferia da Europa e vai chegar a Portugal. […] Estou convencido de que vamos ver muito dinheiro estrangeiro a ser aplicado em Portugal”, afirmou o responsável da Cushman & Wakefield, Eric van Leuven, durante a apresentação de um estudo semestral elaborado pela consultora.

Segundo o documento, nos primeiros seis meses deste ano, foram transaccionados um total de 161 milhões de euros em activos de imobiliário comercial, “mais do que o triplo do valor verificado de Janeiro a Junho de 2012, cujo montante de investimento se cifrou em pouco mais de 47 milhões de euros”.

Se a este valor for somado o sector residencial, o volume total de negócios aproximou-se dos 230 milhões de euros, uma subida superior a 60% em relação ao mesmo período de 2012.

O volume médio por negócio de investimento comercial ascendeu a 18 milhões de euros, “o dobro do valor verificado no ano anterior, e superior à média dos últimos dez anos, na ordem dos 17 milhões de euros”, lê-se no estudo, que, além da actividade de investimento imobiliário em Portugal, analisa os sectores de escritórios, retalho, industrial, residencial e hoteleiro.

No que respeita ao retalho, a oferta de conjuntos comerciais no mercado nacional “tem vindo a corrigir desde 2010, com uma redução do volume de nova oferta”, refere a consultora, que adianta que, pela primeira vez desde 2007, foi verificada “uma quebra nos valores das rendas ‘prime’ de centros comerciais que, em Junho de 2013, desceram para os 70 euros/mês/metro quadrado”.

No mercado de escritórios, a “esmagadora maioria das transacções são motivadas por uma necessidade de poupança de custos, através da deslocalização para espaços de menor dimensão e/ou com menor valor de renda”, de acordo com o relatório.

Nos primeiros seis meses deste ano, o volume de absorção de escritórios na Grande Lisboa totalizou pouco mais de 25 mil metros quadrados, distribuídos por 85 negócios, “o valor de procura mais baixo desde que há registo deste indicador, representando uma quebra de 28% face ao período homólogo de 2012”.

A Cushman & Wakefield salienta também que a ocupação média registada de 305 metros quadrados é o valor mais baixo dos últimos cinco anos para este indicador, sendo resultado de “um semestre com poucas transacções de grande dimensão – apenas dois negócios ultrapassaram os 1000 metros quadrados”.

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