Inovação para o sector dos seguros, um “casamento” que já vai na terceira década

A i2S especializou-se no fornecimento de soluções tecnológicas para o sector dos seguros mas já evoluiu para a concepção do negócio, um percurso que lhe garantiu este ano, ex-aequo, o Prémio PME Inovação COTEC-BPI.

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Planos da empresa incluem um reforço da presença na Europa Fernando Veludo/NFactos

A i2S é uma tecnológica madura (32 anos), mas permanentemente focada na inovação, o que permitiu evoluir do fornecimento de sistemas de informação (software) para a concessão de soluções de negócio.

Jorge Brás, presidente executivo (CEO) da i2S, considera que o prémio PME Inovação “é o reconhecimento externo de um percurso de transformação da empresa ao longo dos anos, procurando dar resposta aos desafios colocados interna e externamente”.

Especializada, praticamente desde a sua criação, no fornecimento de tecnologia para o sector segurador nacional, a empresa já vende o seu software para mais seis países: Espanha, França, Polónia, Angola, Moçambique e Cabo Verde.

Actualmente, a i2S está “a trabalhar activamente em novas geografias”, nomeadamente no Brasil e no México, mercados com elevado potencial de crescimento. Nestes países, a tecnológica portuguesa está envolvida em oportunidades concretas, em associação com parceiros locais, como é o caso do Brasil, onde tem em curso a criação de uma solução “universal life” (seguro de saúde e previdência). Trata-se de um produto novo, que só se tornou possível a partir de alterações recentes na legislação do país.

Os planos da empresa também incluem um reforço da presença na Europa, particularmente nos países do Sul e, dentro destes, Jorge Brás destaca Espanha, onde a I2S está a trabalhar em novas propostas.

A aposta num só sector é pouco comum no segmento das empresas de tecnologias de informação, reconhece o CEO, considerando que, neste caso, “é um factor diferenciador, uma vantagem competitiva”. Segundo o gestor, a especialização permite que a empresa, mantendo uma forte componente de tecnologia e engenharia, “acabe por estar à frente do próprio sector”, o que lhe permite ter um diálogo com os seus clientes sobre o próprio negócio, não se limitando a responder apenas a pedidos concretos.

“Nós temos a tecnologia presente em tudo o que fazemos, mas também participamos na concepção do produto. Muitas vezes estamos juntos com os nossos clientes a construir a sua oferta, dando contributos, e, às vezes, fazemos mesmo esse trabalho por eles. Isto só é possível com o conhecimento acumulado ao longo dos anos sobre a indústria seguradora”, referiu.

Com 250 trabalhadores, mais de 80% dos quais com formação superior, a i2S considera-se “uma empresa pequena”, mas a concentração de competências leva Jorge Brás a afirmar “que não há muito mais empresas capazes de prestar serviços de consultoria e de potenciar os sistemas para interpretar aquilo que são as tendências do mercado e as necessidades específicas das seguradas ou mediadora”.

A capacidade de resposta, nomeadamente no lançamento de novas soluções comerciais, mas também de novas seguradoras, é outro elemento que o gestor destaca como “diferenciador”, que que tem permitido à empresa ganhar contratos em concorrência com outras empresas do segmento.

Ainda a propósito de maturidade, o CEO e accionista da empresa (indirectamente, através do Fundo Pathena), destaca que sucesso da tecnológica está fortemente associado à combinação de recursos jovens, recém-saídos das faculdades, com quadros com mais de 20 anos de experiência. “A nossa média de idades é mais alta que o comum de empresas do nosso segmento, e temos o desafio contínuo de combinar a experiencia e a maturidade com a juventude e, por vezes, com a inocência de quem entra”, referiu.

Ainda a este propósito, refere que “a i2S tem internamente uma escola de seguros, com programas de formação específicos, com quadros experientes a dar formação aos mais jovens, de forma a acelerar a curva do conhecimento”.

A tecnológica, agora PME Inovação 2016, tem um volume de negócios de 13 milhões de euros, e é actualmente detida por dois fundos privados de capital de risco: o Fundo Albuquerque, da ECS, fundado por António Sousa, e o Fundo Pathena, criado por Jorge Brás, actual CEO da i2S e por António Murta.

 

B.I. da empresa

Nome: i2S – Informática, Sistemas e Serviços

Fundação: 1984         

Sede: Porto

Actividade: Concepção, desenvolvimento e implementação de soluções informáticas para o sector segurador

Facturação: 13 milhões de euros

Capital Social: 2,45 milhões de euros

Presença em mercados externos: Espanha, França, Polónia, Angola, Moçambique e cabo verde

Número de trabalhadores: 250

Accionistas: Fundo de capital de risco Albuquerque (da ECS) e Pathena

 

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