Galp diz que vai olhar para as renováveis depois de 2018

Petrolífera promete um futuro com mais petróleo e mais gás, mas diz que quer fazer investimentos na produção de energia renovável.

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Carlos Gomes da Silva lidera a Galp. Nuno Ferreira Santos

Nos próximos cinco anos a Galp vai duplicar a produção de petróleo, com mais projectos no Brasil e em Angola, e espera vir a tornar-se uma operadora relevante a nível mundial no gás natural quando finalmente iniciar os projectos em Moçambique, na bacia do Rovuma, previsivelmente entre 2022 e 2023.

Ainda assim, num mundo “onde a electrificação vai continuar” e onde a economia de baixo carbono será “uma realidade de todos os dias”, o presidente da Galp diz que a empresa também “tem de estar” na produção de energias renováveis. Mas só a partir do próximo ano, que é quando a empresa espera começar a ganhar mais dinheiro do que aquele que consome em investimento.

Sem concretizar em que moldes é que a Galp poderá fazer esta incursão pelas renováveis (onde já está de forma discreta no projecto eólico Âncora), Carlos Gomes da Silva referiu o exemplo da energia solar como uma das áreas em que a tecnologia “já é competitiva sem subsidiação”.

E a Galp, diz o seu presidente, “quer sair de negócios com taxas garantidas [como por exemplo a distribuição de gás natural]” e ir para projectos em mercado à medida que os cash-flows gerados e a tecnologia de produção renovável se tornar competitiva.

“É uma tendência, é uma ambição”, mas sem pressas, tinha dito o presidente da Galp algumas horas antes a uma sala cheia de investidores e analistas reunidos em Londres para conhecer o plano estratégico da empresa para os próximos anos.

Esta ambição não terá necessariamente que ficar dentro de portas, como frisou o gestor. Referindo-se às parcerias que a Galp tem desenvolvido (e exemplificando a japonesa Marubeni, que entrou no negócio de distribuição de gás em Portugal) admitiu que a empresa poderá “olhar para outras geografias”, como África e a América Latina, nesta nova abordagem de negócio.

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