Foi a pedido de Pedro Matias que o secretário de Estado da Inovação, João Vasconcelos, o exonerou das funções como seu chefe de gabinete num despacho publicado a 16 de Março, mas com efeitos a 28 de Fevereiro.

Isto porque Pedro Matias, licenciado em Gestão e mestre em Economia, já tinha na calha a presidência do Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ). Segundo informação publicada no site desta entidade privada que “presta serviços de inspecção, ensaio, formação e consultoria técnica”, foi sobre ele que recaiu “a escolha dos vários associados do ISQ (algumas das maiores empresas nacionais como a REN, a EDP, a Portucel, a Galp, Partex, ADP)”, que o nomearam a 7 de Março para o triénio 2017/2019.

Anos antes, em 2009, num outro Governo PS, Pedro Matias já tinha feito um movimento semelhante, quando estava ao serviço do então ministro da Economia, Manuel Pinho, que também o libertou do cargo de chefe de gabinete para ir assumir a vice-presidência da Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI).

Pinho exonerou Pedro Matias “a seu pedido”, mas não sem antes prestar louvor ao “profissionalismo, competência e lealdade” do seu conselheiro, que reconheceu como “dotado de um grande conhecimento das matérias de política económica e empresarial [...] aliado a um também vasto conhecimento da administração pública e do funcionamento dos seus serviços”.

Pedro Matias esteve no IAPMEI até 2014 e, em 2015, chegou a concorrer, sem sucesso, a um lugar na administração da ADC – Agência para o Desenvolvimento e Coesão, ficando em terceiro lugar na shortlist que foi submetida em Agosto pela Cresap ao Governo de Pedro Passos Coelho.

Segundo a nota biográfica publicada no site do ISQ, Pedro Matias também foi “presidente de diversos fundos de investimento e empresas”, administrador da Associação Portuguesa de Certificação (APCER) e membro da direcção da Startup Lisboa (onde João Vasconcelos era director executivo) e do Conselho Científico do Taguspark.