Camargo Corrêa trabalha em cenários para a Cimpor além da OPA

A Camargo Corrêa continua a estudar hipóteses para entrar na Cimpor sem lançar uma OPA, podendo a decisão sobre a estratégia sair de uma reunião de administração na próxima terça-feira, disseram hoje fontes ligadas ao processo.

“A Camargo Corrêa está a trabalhar em todos os cenários. O interesse na Cimpor mantém-se”, disse à agência Lusa fonte ligada ao processo.

“Neste momento a empresa está a analisar todas as hipóteses que permitam concretizar o seu interesse sério na Cimpor”, para além do lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), disse também à agência Lusa fonte próxima da Camargo Correia.

No sábado, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) notificou a Camargo Corrêa do início de um procedimento administrativo tendo em vista que o grupo retirasse a sua proposta de fusão ou apresentasse uma OPA concorrente à da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Na sexta-feira termina o prazo de dez dias dado pela CMVM para a Camargo Corrêa se pronunciar sobre a decisão da supervisora do mercado português.

OPA da Camargo dada como difícil

Na terça-feira, os administradores da empresa brasileira vão reunir-se, um encontro do qual poderá sair uma decisão sobre a estratégia da Camargo Corrêa para o negócio da Cimpor, disse à agência Lusa uma fonte do mercado, a partir do Brasil.

Além das duas hipóteses apontadas pela CMVM, a Camargo Corrêa poderá ainda comprar uma posição minoritária na Cimpor ou contestar a decisão do regulador do mercado português.

O jornal Estado de São Paulo noticia hoje, citando uma fonte próxima das negociações, que o lançamento de uma OPA concorrente pela Camargo Corrêa “é difícil de acontecer”, referindo que a empresa está a estudar a compra de uma participação minoritária na Cimpor.

A proposta do grupo brasileiro prevê a aquisição de uma participação “inferior a 50 por cento do capital social e dos votos” da Cimpor, após a fusão e a distribuição de um dividendo extraordinário no valor global de até 350 milhões de euros aos accionistas da cimenteira portuguesa.

A proposta tem como condição a aquisição de uma participação entre 15 e 25 por cento do capital social da Cimpor.

OPA da CSN lançada há mais de um mês

A 18 de Dezembro, o grupo CSN iniciou uma disputa brasileira pela Cimpor, quando lançou uma OPA sobre a totalidade do capital da Cimpor, rejeitada pelo conselho de administração da cimenteira portuguesa.

Seguiu-se a proposta da Camargo Corrêa e, esta semana, a também a brasileira Votorantim admitiu negociações com os accionistas da Cimpor para adquirir uma participação minoritária.

Na quarta-feira, o presidente da Caixa Geral de Depósitos, Faria de Oliveira, que detém 9,6 por cento da Cimpor, admitiu ter preferência por uma parceria em vez de uma venda total.

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