O Banco Popular anunciou, nesta quinta-feira, que vai fazer um aumento de capital de 2500 milhões de euros para fortalecer o balanço e melhorar “tanto os rácios de rentabilidade, como os níveis de solvência e de qualidade dos activos”.

Em comunicado enviado ao regulador do mercado espanhol, a instituição bancária adianta que, com os recursos obtidos, poderá reforçar “o seu modelo de negócio e continuar a avançar com maior firmeza no negócio comercial e retalhista, baseado no financiamento às pequenas e médias empresas, aos particulares e ao consumo”, acelerando ao mesmo tempo a “redução progressiva dos activos improdutivos”. O Banco Popular espera ainda acelerar a estratégia de redução do negócio imobiliário.

Após o anúncio, as acções do Banco Popular caíram mais de 25% na Bolsa de Madrid para 1,752 euros. Nesta quarta-feira, os títulos da instituição liderada por Angel Ron encerraram a valer 2,356 euros, mais 7,5%.

A operação de aumento de capital é assegurada pela UBS e pela Goldman Sachs. Serão postas em circulação 2000 milhões de novas acções por 0,50 euros de valor nominal cada, a que se junta um bónus de emissão unitária de 0,75 euros. Contas feitas, os títulos serão postos em circulação por um preço total de 1,25 euros.

A 11 de Abril, o banco espanhol anunciou ter aprovado um aumento de capital de 37 milhões de euros para um total de 513 milhões de euros no Banco Popular Portugal. Na altura, em comunicado divulgado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a instituição esclareceu que o aumento de capital “tem por base a emissão de 37 milhões de novas acções, ordinárias, cada uma com o valor nominal de um euro, a subscrever e realizar integralmente pelo accionista único Banco Popular Espanhol, mediante a entrega de 2.495.631 acções com o valor nominal global de cinco euros cada, detidas pelo Banco Popular Espanhol, no capital social da sociedade Popular Factoring".

Com a operação, a participação qualificada na sociedade Popular Factoring “na titularidade do Banco Popular Español será integralmente transmitida para o Banco Popular Portugal”, referiu.

A instituição foi uma das que foi convidada pelas autoridades nacionais a apresentar uma oferta de compra do Banif, em Dezembro de 2015. Ouvido na comissão de inquérito parlamentar que está a analisar a venda do Banif, Carlos Álvares, presidente do Banco Popular Portugal, revelou que a negociação para a compra do Banif foi liderada pela casa-mãe, em Madrid. Quando o processo passou de uma venda para uma intervenção (via resolução), a sede do banco não concretizou uma oferta, por ser “muito conservadora”.

Em 2015, o Banco Popular Portugal teve lucros de 13,3 milhões de euros, mais 484,5% do que em 2014, ano em que o resultado líquido foi de 2,3 milhões de euros.Com Lusa